A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) expôs que foi vítima de uma 'abordagem policial violenta' na manhã desta quarta-feira (1º). O caso aconteceu quando ela passava pelo Vale das Pedrinhas, bairro no Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador.
Em um relato publicado nas redes sociais, a parlamentar relatou que o carro onde estava foi parado pelos agentes da Polícia Militar, que gritavam palavras de ordem e também direcionavam as armas para o veículo.
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"Desce do carro, porr*. (...) Todo mundo com a mão na cabeça", teriam dito os militares, segundo Olívia.
Olívia estava na companhia do motorista e outros passageiros. Ela relatou ainda que, inicialmente, eles não entenderam a abordagem. Após verem as armas, que todos desceram do veículo assustados e obedeceram o comando.
"Foi um negócio, assim, muito chocante ver aquele tanto de arma", destacou. Olívia afirma que a postura dos policiais só mudou quando a reconheceram. Um dos agentes teria justificado que o veículo preto usado por ela era de um modelo "suspeito", já que a guarnição buscava um carro em fuga com características semelhantes. Ainda assim, a deputada ressaltou que a abordagem não foi correta.
"A gente tomou um choque horrível e aquela parafernália de armamento. A sensação [é] de que, por um triz, não está todo mundo morto hoje. Se o motorista nosso não entende que é com a gente, se não tivesse parado, nosso carro seria alvejado".
Olívia pedirá posicionamentos
Em entrevista ao g1, Olívia informou que enviaria um ofício para o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, e para a Polícia Militar. Ao portal, a SSP disse que a PM apura o caso.
O g1 também informou que obteve acesso a um vídeo que registra o momento de longe. Na filmagem, segundo o site, os ocupantes do carro já estão fora do veículo, com a mão na cabeça.
Implantação das câmeras de segurança no fardamento dos policiais
Ainda no relato publicado nas redes sociais, a parlamentar cobrou diretamente o governador Jerônimo Rodrigues (PT) para que implante o sistema de câmeras de monitoramento acopladas ao fardamento dos agentes de segurança. A medida está em andamento.
Em dezembro, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) escolheu a empresa responsável pelo fornecimento das chamadas "bodycams". Na ocasião, o major Jurandilson Nascimento, diretor de Videomonitoramento da Superintendência de Gestão Tecnológica e Organizacional (SGTO) da pasta, disse que a empresa teria 60 dias para fornecer as primeiras 1.100 câmeras.
O prazo começaria a contar após a assinatura do contrato, que prevê a entrega total de 3.300 câmeras em um ano. O g1 também questionou a SSP-BA sobre o assunto. Em resposta, a pasta informou apenas que as câmeras estão em processo final de capacitação da tropa para início da fase de testes.
Ações nas eleições
Essa não foi a primeira vez que Olívia Santana denunciou ações da polícia. Em outubro de 2022, durante as eleições, ela contou que agentes ameaçaram lhe dar voz de prisão sob acusação de fazer "boca de urna".
Na ocasião, ela discutiu com os militares por divergências políticas e disse que precisou correr para proteger uma mulher. Isso porque um dos PMs teria partido "para cima" da moça, que carregava uma criança e uma bandeira com a foto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Redação iBahia
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