Um laudo microcomparação balísitica confirmou que o tiro que matou a indígena Maria Fátima Muniz de Andrade, da etnia pataxó, no sul da Bahia, partiu de um revólver calibre 38, disparado pelo filho de um fazendeiro. O jovem tem 20 anos e foi preso em flagrante.
A informação foi confirmada por uma perito da Polícia Civil de Itapetinga, que investiga o caso, segundo o g1. O suspeito continua preso no Conjunto Penal de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia.
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Um policial militar reformado também foi preso suspeito de participar da morte de Maria Fátima. Ele está preso no Batalhão da Polícia Militar de Itabuna, município que também que fica no sul da Bahia.
Além da morte da indígena, a dupla é suspeita de tentar matar o cacique Nailton Muniz Pataxó. O crime aconteceu na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, na zona rural do município de Potiraguá, no último domingo (21).
Devido a violência na localidade, as comunidades tradicionais pediram reforli de segurança à Força Nacional. Entretanto, até a manhã desta quarta, ainda não receberam respostas.
O cacique Nailton Muniz Pataxó foi atingido no rim e passou por cirurgia no Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga, cidade a cerca de 69 km de Itapetinga. Depois do procedimento médico, ele foi transferido para uma outra unidade de saúde. O nome do local não foi divulgado por questão de segurança.
Ministra visita a Bahia após violência
Uma comissão liderada pela ministra Sônia Guajajara visitou a Bahia, na segunda-feira (22), para acompanhar o ataque. Já nesta terça-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se colocou à disposição para encontrar uma solução "pacífica" para a disputa que terminou com a morte de uma indígena.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), a situação aconteceu devido a ação de um grupo intitulado Movimento Invasão Zero. O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) afirmou que o ataque aconteceu por conta de disputa de terras entre indígenas e fazendeiros.
Ainda segundo o MPI, cerca de 200 ruralistas da região se organizaram através de um aplicativo de mensagens e convocaram os fazendeiros e comerciantes para recuperar, por iniciativa própria e sem decisão judicial, a posse da fazenda Inhuma, ocupada por indígenas no último sábado (20). Eles teriam cercado a área com dezenas de veículos.
Além dos fazendeiros detidos, um indígena que portava uma arma artesanal também foi preso pelos policiais. Conforme a Polícia Militar, um ruralista foi ferido com uma flechada no braço, mas está estável.
Durante a ação foram apreendidas quatro armas de fogo encontradas com os fazendeiros. O material foi encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT).
O caso é investigado pela delegacia de Itapetinga e acompanhado pela Diretoria Regional de Polícia do Interior (Dirpin/Sudoeste-Sul)
A Secretaria da Segurança Pública determinou o reforço, por tempo indeterminado, do patrulhamento ostensivo na região.
Iamany Santos
Iamany Santos
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