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Manicure acusada de intolerância religiosa por ialorixá nega crime

Mulher diz que passou outra cliente na frente de Iara D’Oxum, porque ela tinha saído do salão, e se defendeu da denúncia de intolerância religiosa

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Alan Oliveira

27/05/2024 às 21:46 - há XX semanas
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A manicure acusada de intolerância religiosa contra a ialorixá Mãe Iara D’Oxum, dentro de um salão de beleza, em Salvador, nega ter cometido o crime.


				
					Manicure acusada de intolerância religiosa por ialorixá nega crime
Manicure acusada de intolerância religiosa por ialorixá nega crime. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Em entrevista à TV Bahia, a mulher, que preferiu não se identificar, detalhou a versão dela nesta segunda-feira (27). O caso aconteceu na última sexta (24) e ganhou repercussão nas redes sociais no fim de semana.

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O salão de beleza fica no Salvador Norte Shopping, no bairro de São Cristóvão. A situação é apurada pela Polícia Civil (PC).

Segundo relatou a funcionária do estabelecimento comercial, a ialorixá chegou no local, aplicou um produto no cabelo, pegou a bolsa e disse para a recepcionista que iria sair.

"Quando finalizei um atendimento, ela seria a próxima. Perguntei na recepção onde estava a próxima cliente e ela não estava no salão", contou.

Nesse meio tempo, uma outra cliente chegou no salão e ela foi atender. "Fui até a senhora, recepcionei, coloquei ela sentada e disse que faria o serviço dela. Pedi licença, disse que ia no banheiro e retornaria. Quando retornei, dona Iara já estava no salão", disse a denunciada.


				
					Manicure acusada de intolerância religiosa por ialorixá nega crime
Manicure acusada de intolerância religiosa por ialorixá nega crime. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Ainda segundo a manicure, a ialorixá percebeu que não iria fazer as unhas naquele momento, pegou o celular, fez um gesto de que iria gravar um vídeo dela e disse a funcionária teria cometido intolerância religiosa e preconceito racial.

"Disse que por ela estar na sexta-feira vestida de branco, eu não queria atender ela, e que eu, negra, estava dando preferência a uma senhora branca", relatou.

"Me xingou, filmou, disse que não iria me processar porque eu não teria dinheiro para pagar e disse que eu era preta, suja, imunda e vários outros xingamentos", acrescentou a manicure.

Em seguida, de acordo com o que contou a manicure, apesar das acusações, Mãe Iara D’Oxum continuou no salão de beleza, onde terminou o serviço que tinha começado no cabelo. O advogado da ialorixá e dois policiais militares chegaram no local logo depois.

"Me chamaram para ouvir minha versão junto com a dela, mas não sei de onde ela tirou essa intolerância religiosa. Ela não sabe da minha religião. Tenho amigos, familiares e clientes da religião do Axé, que eu respeito, independentemente da cor", ressaltou.

Denúncia de intolerância religiosa da ialorixá


				
					Manicure acusada de intolerância religiosa por ialorixá nega crime
Manicure acusada de intolerância religiosa por ialorixá nega crime. Foto: Haeckel Dias/SSP

De acordo com a Polícia Civil (PC), o caso foi registrado na 12ª Delegacia Territorial (DT/Itapuã), que cobre a área, como racismo. Tanto a suspeita, quanto a ialorixá, já foram ouvidas.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Mãe Iara relata que a funcionária do estabelecimento se recusou a atendê-la porque ela estava com vestes características do candomblé.

"Todo mundo me olhando como se eu tivesse roubado, matado. Foi horrível. Uma sensação de impotência", relatou.

Ainda segundo a líder religiosa, ela foi ao salão fazer a unha. No entanto, a manicure teria dito: "eu não faço a unha disso aí". Mãe Iara também diz ter sido chamada de macumbeira.

"Ela vira e pega a unha de uma branca na minha cara", continuou.

Por causa da denúncia, um grupo de pessoas acompanhou a Ialorixá em um protesto, na tarde do sábado (25), dentro do shopping. Todos estavam vestidos de branco.

Em nota, o shopping informou que não compactua com nenhum tipo de preconceito e que atuou para que o ato religioso fosse respeitado e transcorresse de forma pacífica.

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