Peritos das polícias Federal e Civil fazem vistorias na Igreja de São Francisco, conhecida como "igreja de ouro", para descobrir o que provocou desabamento de parte do teto que matou uma turista e cinco pessoas feridas. Equipes da Defesa Civil de Salvador (Codesal) acompanharam a perícia no local do acidente no Centro Histórico nesta quinta (6).

"A superestrutura da igreja, a priori, está preservada. O que nós observamos aqui foi a queda do forro, sem mexer na superestrutura da edificação. Agora, a parte interna, mantém-se fechada até que o risco seja sanado. Nesse caso, quando o restauro for realizado", disse o diretor da Codesal, Shostenes Macedo, ao g1.
Leia também:
Durante a manhã, apenas policiais tiveram acesso à igreja, que é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A autarquia federal também deve realizar uma vistoria quando os peritos das polícias liberarem o local.

Durante a tarde, outros cinco peritos da Polícia Federal (PF) deverão chegar na capital baiana. Também são esperados equipamentos tecnológicos como um scanner 3D.
A PF informou que não há prazo para que o inquérito seja concluído. Algumas vítimas e testemunhas já foram ouvidas pela Polícia Civil na quarta-feira. Elas devem ser ouvidas na esfera federal na sexta (7) ou na segunda-feira (10).

"A investigação é bastante complexa, envolve uma série de exames periciais e não é possível apressar os autos. Se tratando de um imóvel tombado, a repercussão vai além da fase criminal. Nós sabemos que haverá repercussões cíveis e administrativas", disse o delegado e corregedor da PF, Maurício Salim, ao g1.
"A investigação tem que ser muito bem preparada, porque em seguida, ela dará ensejo há uma série de ações. Nós vamos trazer ao menos um scanner 3D para fazer o registro de toda a área e podermos revisitar o local do crime, no futuro", pontuou o delegado.
Desabamento matou turista

O acidente ocorreu por volta das 14h30 de quarta-feira (5), em meio a visitação de turistas ao templo, que seguia aberto para roteiros mesmo com problemas estruturais há anos. Imagens feitas por testemunhas mostram os estragos logo após o ocorrido.
O espaço onde os fiéis ficavam durante as missas foi coberto por destroços, principalmente a madeira que cobria o telhado. O acesso custava R$ 10 por pessoa, mesmo valor que foi pago pelas vítimas.

A guia de turismo Meirelúcia Oliveira acompanhava um grupo de São Paulo e estava prestes a sair do templo, quando tudo aconteceu. A jovem que morreu, identificada como Giulia Panchoni Righetto, não estava com o grupo dela.
"Quando a gente já estava na porta [de saída], a igreja abriu um buracão. [A madeira] Veio descendo, arriando, eu gritei por misericórdia, saí por ali e a família arrombou a porta. Nós conseguimos sair, sobreviver", disse Meirelúcia ao g1.

Pessoas que passaram pelo Largo do Cruzeiro de São Francisco relataram ter escutado um forte estrondo e tentaram ajudar os feridos.
Imagens feitas por testemunhas mostram os estragos logo após o desabamento. O espaço onde os fiéis ficavam durante as missas foi coberto por destroços, principalmente a madeira que cobria o forro da nave.


Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
