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Violências físicas

Seis ex-companheiras denunciam médico do Samu de Salvador: 'Batia'

Vítimas são médicas e enfermeiras que namoraram suspeito nos últimos 10 anos; profissional foi afastado por três meses pela SMS

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Naiana Ribeiro

27/01/2025 às 15:14 - há XX semanas
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Profissionais de saúde denunciaram o médico peruano Luís Gonzalo Velarde Acosta, de 38 anos, que atuou no Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) de Salvador entre 2018 e dezembro de 2024, por praticar violência física, psicológica, virtual e patrimonial.


				
					Seis ex-companheiras denunciam médico do Samu de Salvador: 'Batia'
Seis ex-companheiras denunciam médico do Samu de Salvador: 'Batia'. Foto: Reprodução/TV Bahia

De acordo com o g1, as vítimas são quatro médicas e duas enfermeiras, com idades entre 28 e 37 anos, que mantiveram relacionamentos com o suspeito nos últimos 10 anos. Algumas delas já não residem mais no estado, e os relacionamentos duraram de um a dois anos.

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Uma das vítimas, que optou por não se identificar, relatou que foi agredida no rosto pelo médico, teve roupas rasgadas e foi trancada no apartamento dele durante um ataque de ciúmes.

"A gente ia no apartamento dele para pegar alguma coisa, ele me trancava e depois de muito tempo ele abria a porta. Rasgava minhas roupas, puxava meu cabelo e batia no meu rosto", contou ao g1.


				
					Seis ex-companheiras denunciam médico do Samu de Salvador: 'Batia'
Foto: Reprodução/TV Bahia

Outra denunciante, que também preferiu manter o anonimato, relatou que o médico peruano jogou suas roupas na escada do prédio onde ele mora, após proibir que ela assistisse televisão. Nesse momento, ela foi empurrada e expulsa do imóvel.

"Ele se aborreceu porque eu liguei a televisão, segundo ele o volume estava alto, e pegou todas as minhas roupas e jogou na escada do prédio. Disse para eu ir embora e chegou a me empurrar", relatou a ex-companheira de Luís Gonzalo.

As vítimas relataram que, quando o homem se irritava em público, apertava a mão delas com mais força e reclamava no ouvido, para evitar chamar a atenção das pessoas. "Entre quatro paredes, ele se transformava", afirmou uma das vítimas.


				
					Seis ex-companheiras denunciam médico do Samu de Salvador: 'Batia'
Foto: Reprodução/TV Bahia

Vítima tem medida protetiva contra médico do Samu de Salvador

Uma das vítimas tem uma medida protetiva contra o suspeito. Duas delas se afastaram do Samu por medo de trabalhar com o médico e uma terceira já solicitou o pedido de afastamento pelo mesmo motivo.

Em 5 de dezembro de 2024, Luís Gonzalo foi afastado por três meses pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). As denúncias foram encaminhadas para análises da Procuradoria Geral do Município (PGM).

Dez dias depois, a PGM sugeriu que a chefia médica do Samu fosse responsável pelo cumprimento das medidas protetivas no ambiente de trabalho e que, em vez da suspensão total do contrato, fossem adotadas medidas que permitissem o exercício das funções de Luís Gonzalo, evitando o contato com as vítimas.

Com isso, as denunciantes passaram a temer o retorno do médico ao trabalho. No último final de semana, um manifesto foi enviado à SMS.

No documento, as profissionais do Samu solicitaram a apuração das denúncias e que sejam adotadas medidas cabíveis para garantir que possam desempenhar suas funções em um ambiente seguro, respeitoso e sem riscos à integridade física e psicológica.

"Solicitamos o afastamento do profissional, em consonância às medidas protetivas, de forma preventiva, até que se tenha processo em transitado e julgado", diz ainda parte do documento.

A defesa do médico declarou à reportagem da TV Bahia que só tem conhecimento da denúncia feita por uma ex-companheira do cliente. Afirmou ainda que as acusações são falsas e foram feitas com o intuito de manchar a imagem de Luís Gonzalo.

Em nota ao g1, a SMS reafirmou a decisão de afastar o profissional e informou que não foi acionada pela Justiça para adotar medidas protetivas. Contudo, optou pelo afastamento do médico após receber as denúncias.

Questionada sobre a recomendação para o retorno do médico ao trabalho, a SMS respondeu que respeita o direito à ampla defesa e ao contraditório, uma vez que o julgamento e a conclusão da investigação ainda estão pendentes. No entanto, destacou que o afastamento do profissional continua em vigor.

A TV Bahia também procurou o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) para obter informações sobre o histórico profissional do médico, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

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