Pesquisadores da Universidade do Texas comprovaram que a presença constante de celulares provoca estímulos cerebrais que reduzem significativamente a inteligência e a capacidade de atenção das pessoas. Após a realização de dois exames, os cientistas concluíram que as pessoas têm pior desempenho em tarefas se estiverem com um aparelho ao seu lado ou mesmo no bolso, mesmo que estejam desligados.
— Embora esses dispositivos tenham um imenso potencial para melhorar nosso bem-estar, sua presença persistente pode provocar um custo cognitivo — afirmou Adrian Ward, autor principal do estudo, publicado em uma revista da Universidade de Chicago. — Mesmo quando as pessoas conseguem concentrar-se, evitando a tentação de verificar seus telefones, a simples presença destes aparelhos reduz a capacidade cognitiva.
A equipe de Ward conduziu testes de inteligência e memória com 520 estudantes universitários. Eles foram orientados a realizar provas de matemática, memorização e raciocínio com um smartphone em sua mesa, no bolso, ou mesmo em outra sala, e com alertas desligados, para que não causassem distrações.
Aqueles que deixaram seus celulares na mesa tiveram notas 10% inferiores aos estudantes que deixaram os dispositivos em outra sala, fora de seu alcance. A nota dos universitários que deixaram os aparelhos no bolso foi apenas um pouco melhor do que a de seus amigos que estavam com o telefone na mesa.
Estudantes que deixaram celulares na mesa tiveram nota 7,8 no quesito inteligência fluida, que é a capacidade de pensar e raciocinar de forma abstrata e resolver problemas. Quem deixou o celular no bolsou pontuou 8,2; em outra sala, 8,4.
Os pesquisadores descobriram que o efeito negativo de ter um telefone ao alcance da visão era significativamente maior entre aqueles que diziam que eram dependentes de seus smartphones. Participantes que se identificaram com frases como "Eu teria problemas para passar por um dia normal sem o meu celular" e "usar meu celular me faz sentir feliz". No entanto, sua nota melhorava quando deixavam o dispositivo em outra sala.
— Nós vemos uma tendência que sugere que, à medida que o smartphone se torna mais visível, a capacidade cognitiva disponível dos participantes diminui — disse Ward. — Até o processo de tentar não pensar no smartphone sacrifica nossos recursos cognitivos.
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Redação iBahia
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