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Livro de pesquisadora do Sertão da Bahia discute 'baianidade' e lugar do sertanejo; ouça episódio do podcast

Trabalho da cientista discute este conceito a partir da estranheza na convivência com baianos de Salvador

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Iamany Santos

08/03/2023 às 16:39 • Atualizada em 10/04/2023 às 18:13 - há XX semanas
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					Livro de pesquisadora do Sertão da Bahia discute 'baianidade' e lugar do sertanejo; ouça episódio do podcast

Quando se fala do conceito de "baiano" uma série de elementos vem à cabeça. Da boemia ao acarajé, a definição de baianidade está, no imaginário geral, ligada ao litoral, ao axé e, principalmente à Salvador. Há também uma definição sobre o que é o Sertão e, na maioria das vezes, esse conceito está descolado da Bahia e remete a um personagem nordestino que pouco lembra o que é o ser "baiano".

Apesar disso, grande parte do território baiano é semiárido, e não litorâneo, assim como sertanejo. O Sertão da Bahia, rico em cultura, muitas vezes é afastado da noção de baianidade. Essa estranheza pode ser percebida por nativos do interior da Bahia ao entrar em contato com o baiano soteropolitano e a reliadade de Salvador, que é muito diferente do que é vivido no interior do estado.

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Essa diferença pode causar o sentimento de não pertencimento a baianos oriundos dessas cidades e colocar em cheque a identidade dessas pessoas com o território em que nasceram. Foi esse distanciamento que inspirou a pesquisadora Cláudia Pereira Vasconscelos a escrever seu livro "Ser-Tão Baiano: o lugar da sertanidade na configuração da identidade baiana", publicado em 2005.

A pesquisadora conta que ao sair da cidade de Serrolândia, no Sertão da Bahia, e chegar a Salvador ela não era reconhecida como baiana pelos soteropolitanos. "O que mais me perguntavam na escola de teatro, é se eu era pernambucana, alagoana ou cearense", conta Cláudia que é atriz, além de doutora em Estudos de Cultura, pela Universidade federal da Bahia (UFBA).

No segundo episódio da temporada "Sertanejas Pesquisadoras", do podcast Calumbi, a pesquisadora conta como esse choque a levou a questionar a própria baianidade e o que é entendido como baiano na capital. Em seu trabalho, a pesquisadora elucida a contrução histórica dessa identidade e como isso está ligado a questões coloniais e remonta a história do Brasil.

Além disso, Cláudia fala sobre os limites do discruso identitário e como a utilização de uma definição de baiano ao mesmo inclui e exclui uma série de elementos que fazem parte da Bahia.

Confira o episódio completo do podcast abaixo:

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