"O racismo destrói sonhos, ignora talentos de pessoas negras e naturaliza ausências". Essa foi uma das declarações da promotora de justiça do Estado da Bahia Lívia Vaz, que foi a convidada da nova temporada do podcast Pele Preta, apresentado pela produtora Fran Cardoso e pelo jornalista Rafael Santana. Na entrevista, ela também falou sobre a falta de representatividade negra no sistema judiciário.
Segundo a jurista, passa a ser natural para pessoas pretas não se enxergarem em locais fundados pelo "pacto branco", e que há um sentimento de proibição em relação a isso.
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Lívia, que também é escritora e foi eleita uma das 100 pessoas negras mais influentes do mundo em 2020 (MIPAD), complementou analisando o papel que ela desempenha na luta antirracista: "ser uma mulher negra no sistema de justiça é ser a exceção que confirma a regra de exclusão", disse.
A convidada afirmou ainda que olhar para os espaços e não se enxergar era um inquietação, e que mesmo transpondo os obstáculos racistas, ainda há muita resistência para que mais pessoas negras sejam inseridas e representadas, principalmente mulheres pretas, nordestinas ou nortistas.
Ela ainda comentou que a democracia precisa se fundar na pluriversalidade nos espaços para abarcar todos os tipos de pessoas, destacando que o sistema judiciário é um dos ambientes mais conservadores e fechados, tendo em vista o perfil sociodemográfico de 2018 que constatou uma predominância de magistrado homens, brancos, heterossexuais e cristãos.
Assista ao videocast completo abaixo:
Aline Gama
Aline Gama
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