Quem assiste de longe o legado que vem sendo construído ao longo dos anos por Aldacir dos Santos, a icônica Dadá, não imagina o quanto ter se tornado mãe ajudou no crescimento pessoal e profissional da chef e empresária baiana.
Depois de perder o irmão em um acidente de trânsito e a mãe em seguida, por conta da tragédia, Dadá enfrentou um quadro de depressão. Foi o nascimento da primeira filha, Rafaela, que a ajudou a superar a doença e deu forças para se reerguer.
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"A Rafaela me fez querer viver de novo. Falar de Rafaela para mim é muito forte. Ela transformou a minha vida. Dadá nasceu de novo", contou a chef, que é fonte da reportagem especial da semana das mães da editoria Preta Bahia.
Da primogênita, à filha mais nova, a Daniela, o nome Dadá e o negócio tocado por ela cresceram e se tornaram mundialmente conhecidos. Não é à toa que é impossível falar de culinária baiana sem citar a chef.
"O amor das duas, a energia que eu tinha das duas, fez a Dadá do presente, a Dadá querer abrir um restaurante, trabalhar mais. Elas duas fizeram com que a Dadá fosse uma grande empreendedora". Dadá
Mãe coruja e mentora
Para além do apoio emocional, as filhas também se tornaram ajudantes da mãe. Em entrevista ao iBahia, Dadá fez questão de ponderar que sempre ensinou as filhas a trabalhar, assim como ela foi ensinada.
"As minhas filhas cresceram comigo ensinando elas a trabalhar. Educação em primeiro lugar, e saber trabalhar", disse.
Cozinheira desde os 5 anos, quando trabalhava para ajudar a família na cidade de Conde, no Litoral Norte, onde nasceu, a empresária ressalta a parcela de importância da atividade para o desenvolvimento dela.
"Todo o sacrifício que eu passei na minha vida foi um grande aprendizado. Foi a minha faculdade". Dadá
Foi por isso que Dadá quis passar esse ensinamento para as filhas: duas mulheres que hoje são motivo de orgulho para a mãe coruja e vovó de três crianças.
"São mulheres corajosas. Eu sou a mulher mais feliz do mundo. Tudo o que eu preciso é agradecer a Deus por esse momento feliz que eu tenho, de ver minhas filhas bem", destacou.
Construindo o império da Dadá
Dadá começou nos negócios aos 13 anos, sócia de um estabelecimento no Porto da Barra, em Salvador, onde vendia a famosa "ceia da Dadá". Na época, como a própria chef faz questão de ressaltar, o sorriso e a irreverência dela atraíam os clientes.
"A Dadá era sensação. Era aquela menina negra, com um sorriso, que transformava o mundo das pessoas". Dadá
A energia pra cima e o tempero de dar água na boca levaram a menina longe. Hoje, aos 63 anos, a chef é uma grande referência da Bahia.
"A história da vida de Dadá mexeu com o mundo. Eu sou conhecida mundialmente, levando a minha história e o tempero da negona".
Desde sempre, os sabores ancestrais fizeram parte desse cardápio recheado de muito amor e potência. Um diferencial que já chamava atenção quando as pessoas ainda nem estudavam sobre o assunto.
"Eu não estou fazendo isso agora porque está na moda. Eu já trouxe essa história na minha vida, está entranhada na minha alma". Dadá
Agora, a chef passa essa carga profissional para outros jovens negros que também amam a gastronomia e enxergam Dadá como representatividade.
"Eu me sinto passando esse legado para esses negões e negonas", pontua a empresária, que é famosa pelo jeito carinhoso como trata as pessoas.
"É sorrindo que corre na frente. Esse negócio de correr atrás já passou. Agora é correr na frente". Dadá
Assista a entrevista completa com Dadá abaixo:
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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