A produtora e afrochef Paloma Zahir utilizou a redes sociais para denunciar a quebra de uma medida protetiva de violência contra à mulher pelo ex-companheiro dela. Na publicação feita na quarta-feira (13), a baiana detalhou que o homem - de identidade preservada - arrombou pela segunda vez um apartamento onde ela mora com os filhos e fez ameaças.
O texto da postagem evidencia que as agressões verbais iniciaram a partir do momento em que a afrochef pediu pelo fim do relacionamento. Em entrevista ao iBahia, Paloma disse que ela e o ex-companheiro viveram juntos por nove anos, porém os ataques só começaram em 2022.
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"Então, eu já estou há um ano de violência intensa... desde o momento que eu pedi pra ele sair de casa. E aí, ele partiu para as ameaças e criando situações para que eu continuasse na relação", explicou ela.
A primeira ocorrência policial contra o homem, que atua como motorista por aplicativo, foi feita em novembro do mesmo ano em que ele deixou o imóvel onde os dois moravam. Após discussões, o homem invadiu o apartamento e quebrou móveis e itens pessoais da produtora.
"Entrou na minha casa, quebrou parte das minhas coisas, depois deixou as crianças com a mãe dele e voltou para terminar de quebrar tudo. Tirou insumos da geladeira, quebrou meu material de trabalho, trancou meu quarto e sumiu com a chave...só dias depois que minha mãe foi lá na casa, que eu pedi pra ver a situação", detalhou a produtora.
Na ocasião, além da queixa policial, a advogada da vítima solicitou uma medida protetiva. No entanto, o pai dos dois filhos de Paloma - crianças de 8 e 9 anos - insistiu em quebrar o protocolo de segurança. Todas as aproximações foram denunciadas, e no dia 31 de agosto deste ano, uma nova invasão aconteceu.
Desta vez, a situação aconteceu em um outro apartamento, porque Paloma se mudou depois do primeiro ataque. Em casa, por volta das 7 horas da manhã, Paloma recebeu o contato do porteiro informando que um homem tinha acessado o edifício.
Segundo ela, o homem arrombou a porta e fez novas ameaças. Imagens compartilhadas pela vítima no Instagram nesta semana mostram esta situação. Nas fotos, é possível ver objetos quebrados e a porta arrombada.
O caso também foi notificado à polícia e ao Judiciário. No momento, Paloma sente medo e apreensão de ver novamente o ex-companheiro. "Eu estou correndo perigo...minha vida precisa voltar ao normal. Eu estou sofrendo violência há uma ano e ninguém resolve nada", desabafou.
Paloma acrescentou à reportagem que evita sair e mantêm os filhos em um ambiente seguro. Para além da solicitação de segurança, ela ainda pediu a guarda unilateral das crianças, já que o ex-companheiro utilizava desse encontro com os filhos para ter acesso e fazer mais ameaças.
Ao iBahia, a afrochef disse que a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Brotas, que acompanha o caso, solicitou a prisão do suspeito e ela segue aguardando o andamento do procedimento.
"O sentimento de impotência é muito grande porque a todo momento se tem uma campanha informando sobre a Maria da Penha, sobre como é importante a mulher falar e expor sobre as violências, e, quando existe esse movimento, as coisas que são pra acontecer não acontece...É muito frustrante. É surreal".
Em nota, a Polícia Civil da Bahia informou que "as medidas de polícia judiciária já estão sendo adotadas após o descumprimento da medida. A mulher será ouvida na unidade policial novamente."
A reportagem também acionou o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a entidade revelou que tomou conhecimento do caso nesta quinta-feira (14) das informações de "suposto" descumprimento da medida protetiva. "A denúncia foi registrada e será devidamente apurada por um promotor de Justiça."
Por sua vez, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) informou que "os processos que envolvem menores, incapazes ou decorrentes de violência contra mulher, tramitam em segredo de justiça".
O iBahia não conseguiu contato com o ex-companheiro da vítima.
Redação iBahia
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