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Ambulantes aproveitam a fila da biometria para vender

Eleitores disseram ter esperado até seis horas

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Redação iBahia

13/01/2018 às 16:15 • Atualizada em 28/08/2022 às 8:49 - há XX semanas
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No segundo sábado de atendimento para o recadastramento biométrico na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA), no Centro Administrativo da Bahia, eleitores tiveram que esperar até seis horas na fila. Diante disso, ambulantes aproveitavam para vender – ou alugar – de tudo: de cadeiras até internet Wi-fi por 15 minutos, passando por todos os tipos de comida.
“Parece uma feira. A gente trouxe uns lanches, mas comprou outros aqui. Opção não falta”, dizia o vigilante Marcelo dos Santos, 45 anos, que chegou no CAB às 5h30. Às 11h50, quando conversava com o CORREIO, tinha cerca de 100 pessoas em sua frente. Preparado para a espera, ele também trouxe um banco de casa.
Quem não trouxe seu banquinho podia alugar uma cadeira por R$ 5 – sem tempo limite, o equipamento ficaria disponível até a hora que a pessoa fosse atendida. Um dos empreendedores era Charles Santos, 35, que, há quatro dias, viu nas filas no TRE-BA uma oportunidade de negócio.
(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)
“Um amigo me falou e cheguei aqui com 10 cadeiras. É melhor vir para cá do que ficar em casa, sem fazer nada, com a mente vazia. As únicas coisas que caem do céu são chuva e benção”, brincou ele, que, nos restante dos dias, trabalha vendendo capazes de sofá.
Em 40 minutos, a vendedora Leidijane dos Santos, 33, tinha conseguido que 40 das 50 marmitas que trouxe, com o marido, fossem compradas. Ela recebeu a dica de um colega que vende escondidinho lá mesmo – neste sábado, antes de meio-dia, o rapaz já tinha vendido 75 pratos e ido embora.
Leidijane, por sua vez, acordou às 5h para preparar as marmitas: pirão de aipim com carne do sol. Havia duas opções: com arroz e sem arroz, tudo por R$ 5. “Tá vendo a pena, viu? Segunda vou trazer mocotó e vender a R$ 15”, adiantou ela, que tem uma banca de acarajé em Paripe. Quando sai do CAB, vai direto para lá.
A auxiliar administrativa Vanda Ferreira, 59, foi uma das que não resistiu ao pirão de aipim. Ela decidiu almoçar por lá mesmo quando viu que, duas horas depois de ter chegado, não tinha mudado muita coisa na fila. Era a primeira vez que ela tentava fazer a biometria. “Está gostoso. Achei que ia conseguir almoçar em casa, mas ainda faltam quatro voltas para dar. Pelo menos não marquei nenhum compromisso hoje”.
Mas os amigos Luis Argolo, 24, e Adson Carvalho, 21, orgulhavam-se da ideia que tiveram. Por R$ 2, tinham dois tipos de mercadoria: uma ligação ou acesso à internet Wi-fi por 15 minutos. Criaram até slogan. “Quer falar com mozão? Só R$ 2 a ligação”, dizia Luis. Os dois, na verdade, foram vender lanche.
Ao chegar lá, perceberam que o sinal de celular de muita gente não funcionava. “Todo mundo já conhece a gente aqui. A gente roteia a internet do nosso celular pessoal para o da pessoa, porque sempre tem alguém precisando de Whatsapp, precisando chamar um Uber”.
Segundo a assessoria do TRE-BA, a média de espera neste sábado era de quatro horas na fila, uma vez que os atendimentos começaram às 8h. Por dia, cerca de cinco mil pessoas são atendidas. A partir de segunda-feira (15) e até o dia 31, o atendimento será feito ininterruptamente, inclusive aos domingos.

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