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Após demissão polêmica, secretário anuncia novo gestor do MAM

Paulista Marcelo Rezende, ex-editor das revistas Bravo! e Cult, deve assumir o cargo nos próximos dias

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18/12/2012 às 15:55 • Atualizada em 29/08/2022 às 13:18 - há XX semanas
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Mudanças no MAM: entra Marcelo Rezende e sai Stella Carrozzo
O secretário de cultura do Estado (Secult), Albino Rubim, está preparando um anúncio dos novos rumos do Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM, espaço cultural e cartão postal de Salvador que está no meio de uma polêmica.Após ser demitida do cargo de diretora do MAM, "de forma desumana e abruptamente, sem nenhuma conversa prévia", segundo ela, Stella Carrozzo expôs suas críticas a gestão da Secult em carta aberta. Em entrevista nesta terça-feira (18), Rubim, preferiu não comentar as críticas da ex-diretora do Museu. Na tarde desta terça, a Secult divulgou nota afirmando que o novo diretor, que dará continuidade aos projetos do museu dentro do perfil que a instituição consolidou nos últimos anos, reposicionando o MAM-BA no cenário nacional e internacional das artes contemporâneas, é Marcelo Rezende. Marcelo Rezende, 44 anos, é escritor, crítico e curador, com ampla experiência na área cultural, sobretudo no campo das artes visuais. “O convite feito a Marcelo Rezende não se deve apenas à trajetória e experiência vinculadas à arte contemporânea, mas também ao seu perfil, que agrega a possibilidade de desenvolver um trabalho mais articulado e coletivo, alinhada ao modelo de gestão que estamos tentando implementar dentro da própria Secretaria”, afirma o Secretário de Cultura da Bahia, Albino Rubim. Desde 2007, com a gestão de Solange Farkas, o MAM-BA passou a ser uma instituição alinhada à contemporaneidade, com a concepção de o museu como um centro cultural multidisciplinar, aberto para diferentes linguagens e expressões. Neste novo momento, pretende-se expandir este perfil e potencial do museu, com a possibilidade de transformá-lo num espaço em que instituições nacionais e internacionais tenham ainda mais diálogo com a produção da arte feita na Bahia. Novo gestor assume ainda em 2012O jornalista, crítico e curador paulista Marcelo Rende coordenou e foi editor da revista 'Cultura e Pensamento'. Membro integrante do Pequeno Comitê – agência de projetos e ideias, publicou os livros 'Ciência do Sonho – A Imaginação sem Fim do Diretor Michel Gondry', 'O Círculo' e 'Comunismo da Forma'. Foi editor de conteúdo do Programa Cultura e Pensamento do Ministério da Cultura, criador do projeto editorial e editor-chefe da edição 'Ocupação do Espaço'. Trabalhou como editor da 'Revista Bravo' (2005/2007); diretor de redação da 'Revista Cult' (2003/2005); correspondente internacional baseado em Paris da 'Gazeta Mercantil' (1998/2002); repórter para os suplementos 'Mais!' e 'Ilustrada' da Folha de São Paulo (1993/1998); redator para o programa 'CineMTV, sobre cinema, da MTV (1992/19993). É graduado em Comunicação Social – Jornalismo pela PUC-SP (1986/1989) e Filosofia na Faculdade de Ciências Humanas da USP (1987/1993) e a formações em Collège De France – Rhétorique et Société en Europe – XVIe-XVIIe siécles e La Littérature européene entre Surhomme et Homme du Sous-Sol – 1890-1930, (2001/2002). Leia a íntegra da carta aberta enviada pela ex-diretora do MAM Stella Carrozzo: "Hoje, 17 de dezembro de 2012, fui informada por Dr. Albino Rubim da reformulação por que passa a Secult. A partir do ano que vem, o Museu de Arte Moderna da Bahia terá novo diretor. Após ter trabalhado durante dois anos pela reforma do museu, fui, de forma desumana e abruptamente, sem nenhuma conversa prévia, afastada do cargo. Isto, antes de atingir a estabilidade e sem poder me organizar pessoalmente para enfrentar minimamente esta nova realidade. Não encontro, para esta determinação, nenhum motivo de peso, já que trabalhei apaixonadamente para esta instituição. Dediquei-me exclusivamente ao MAM-BA, e todas as outras atividades profissionais e de estudo (até mesmo familiares) se viram relegadas. Apesar da afirmação do Secretário de que não havia nenhum motivo pessoal que justificasse tal atitude, só posso considerar questões pessoais como o mote para a minha demissão. Solicitei, em várias ocasiões, audiências com o Dr. Albino Rubim e nunca tive um canal aberto para expor as dificuldades que enfrentava ou mesmo propor alternativas às necessidades da classe artística, como a realização da Bienal da Bahia. As divergências entre o MAM-BA e a DIMUS (e, consequentemente, a Secult), surgiram por ter defendido a integridade da instituição e de seu acervo, além de um programa que alinhava suas diretrizes à contemporaneidade. Todas estas, atribuições da minha função. Outra dificuldade foi o eterno contingenciamento de verba a que fomos submetidos, restringindo a programação do museu. Hoje, posso afirmar que a classe artística na Bahia (sobretudo os artistas visuais), é uma minoria desprotegida que precisa ser defendida contra interesses que vão de encontro à arte. Enfrentei várias dificuldades durante minha gestão, e a última delas demonstra a falta de preocupação com a direção deste museu. Soube, há somente uma semana atrás, que a reforma do MAM-BA seria realizada em 2013, quando já tinha organizado todo o calendário expositivo do museu, inclusive com instituições estrangeiras e artistas convidados, o que vai gerar inúmeros transtornos para todos os envolvidos, reiterando um aspecto de informalidade e de pouco profissionalismo, contra o qual sempre lutamos. Comecei no MAM-BA em fins de 2007, como coordenadora do núcleo de Arte e Educação. Em 2008, fui convidada a ser assessora de Solange Farkas, diretora desta instituição de 2007 a 2010. Com sua saída, assumi a direção do museu, abrindo mão de outras atividades profissionais e articulações pessoais. Um programa alinhado às diretrizes da contemporaneidade, e preocupado com um trabalho efetivo de formação de público e para o público, como foi o programa de ações desenvolvidos por Farkas, foi mantido por mim. Por conta da nova (e reduzida) realidade orçamentária do MAM-BA, criei o Núcleo de Desenvolvimento de Projetos, que nos auxiliou na obtenção de recursos externos, que iriam ajudar a instituição na manutenção, pelo menos, das linhas gerais do programa que havia estabelecido para este museu. Centrei forças nas atividades de arte e educação que oferecemos, de forma responsável e criteriosa, a um público que busca, cada vez mais, ações efetivas de formação e não um mero simulacro de terapias ocupacionais - com todo o respeito que dedico a estas. Vários outros projetos não puderam ser realizados, por conta da falta de verbas para o MAM-BA. É notório que esta instituição, apesar de ter a maior visitação do estado, teve uma verba menor que outros museus ligados à DIMUS, o que inviabilizou, por exemplo, a manutenção de projetos na área do audiovisual, na realização de exposições de importantes artistas contemporâneos e de ouras ações. Além disso, parcerias conseguidas junto a outras autarquias e instituições foram barradas pela DIMUS, sob alegação de que estas parcerias beneficiariam apenas o MAM-BA e não aos outros museus, apesar da evidente motivação que levou estas instituições a estabelecer parcerias com o museu: a expertise que adquirimos, após anos de pesquisa e dedicação a programas educativos. Estas parcerias, que se traduziriam em verba e formação de novo público para o MAM- BA, foram desperdiçadas. Apesar disso, deixo a direção do Museu de Arte Moderna da Bahia ciente de que fiz um bom trabalho, dentro das condições que me foram oferecidas. O MAM-BA acaba de receber dois prêmios através do Ministério da Cultura e do IBRAM - Instituto Brasileiro de Museus - justamente pela excelência de suas ações na área de arte e educação. Através do patrocínio da Oi, consegui criar o LabMam - Laboratório de Mídias Digitais - que ofereceu, de forma gratuita (como todas as outras atividades oferecidas ao público pelo MAM-BA), cursos de formação na área do audiovisual, trazendo como professores renomados profissionais e pesquisadores, locais e de outros estados. Vários projetos - como a efetivação do Núcleo de Pesquisa do MAM-BA e o projeto curatorial para artistas locais, que tento estabelecer desde o início da minha gestão - foram inscritos em editais, na tentativa de obter suporte financeiro para as ações deste museu. Busquei patrocínios em empresas públicas e privadas, e espero que estes editais contemplem o MAM-BA, respeitando sua importância histórica e cultural. Quero agradecer a todos - artistas, produtores, gestores , público em geral e sobretudo à preciosa equipe (funcionários do museu e professores das Oficinas do MAM-BA) que muito me ajudou, de forma abnegada por conta dos reduzidos salários, na tentativa de efetivar um programa para esta instituição. Stella Carrozzo Salvador, 17 de dezembro de 2012."

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