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Após luto de Mãe Stella e pandemia da Covid-19, Mãe Ana de Xangô assume Ilê Axé Opô Afonjá

Cerimônia será realizada às 19h no terreiro que fica no São Gonçalo do Retiro

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Mayra Lopes

16/06/2022 às 11:12 • Atualizada em 27/08/2022 às 5:37 - há XX semanas
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					Após luto de Mãe Stella e pandemia da Covid-19, Mãe Ana de Xangô assume Ilê Axé Opô Afonjá
Foto: Reprodução / Redes Sociais

Nesta quinta-feira (16), Mãe Ana de Xangô assume o cargo de líder religiosa do Ilê Axé Opô Afonjá, um dos mais importantes do país. A cerimônia acontece após um ano de luto de Mãe Stella de Oxóssi e, também de dois anos da pandemia da Covid-19.

Mãe Ana será a sexta líder do terreiro, que fica no bairro do São Gonçalo do Retiro, em Salvador. Ela foi iniciada há mais de 20 anos no candomblé, no próprio Ilê Axé Opô Afonjá. A escolha da líder religiosa para ser iyalorixá aconteceu em dezembro de 2019, após jogo de búzios feito pelo babalorixá Balbino Daniel de Paula.

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Com a posse, Ana Verônica Bispo dos Santos será responsável por comandar o terreiro, alimentar a casa, e fazer todas as obrigações religiosas. Mãe Ana de Xangô é sucessora de Mãe Stella de Oxóssi, que dirigiu a casa por mais de quatro décadas. A cerimônia será no terreiro a partir das 19h.

Nas redes sociais, os filhos da casa deram boas vindas a Mãe Ana. Confira:

Transição e Legado de Mãe Stella de Oxóssi

Mãe Stella morreu em dezembro de 2018, em decorrência de uma infecção, na cidade de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano. Depois da morte da matriarca, o terreiro ficou fechado por um ano para o resguardo e luto, apenas com os rituais de axexê – que são as obrigações religiosas fúnebres. Esse tempo é tomado para que a casa se despeça do egum, como são chamados os espíritos de pessoas falecidas, no candomblé.

Durante o ano de luto, quem assumiu o Ilê Axé Opô Afonjá foi o conselho religioso da casa, que é dirigido por Mãe Ditinha de Yemanjá. Ela é Iyakekerê, a Mãe Pequena do Opô Afonjá, e a segunda pessoa mais importante do terreiro.

O Ilê Axé Opô Afonjá tem tradição matriarcal devido a uma ordem da fundadora da casa, Mãe Aninha, que determinou que a sucessão do Opô Afonjá seria sempre assumida por mulheres, as iyalorixás – também chamadas de Mãe de Santo.


				
					Após luto de Mãe Stella e pandemia da Covid-19, Mãe Ana de Xangô assume Ilê Axé Opô Afonjá

Mãe Stella foi a primeira iyalorixá no Brasil a escrever livros e artigos sobre o candomblé. Em 2013, foi eleita por unanimidade para a Academia de Letras da Bahia, ocupando a cadeira de número 33 cujo patrono é o poeta Castro Alves.

Considerada uma das maiores iyalorixás do país, Mãe Stella nasceu no dia 2 de maio de 1925, em Salvador. Aos 13 anos de idade, foi levada pela tia, que a criava, para o terreiro de mãe Aninha, a fundadora do Ilê Axé Opô Afonjá. Um ano depois, foi iniciada no candomblé.

Somente em 1976, aos 51 anos de idade, que ela foi escolhida pelos orixás para ser a nova líder do terreiro de São Gonçalo do Retiro. Mãe Stella foi a quinta iyalorixá a comandar o Ilê Axé Opó Afonjá. Em 1999, ela conseguiu que o terreiro fosse tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

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