Cambistas assediam operários que ganharam ingressos da Fifa

Assim que sentiu o ingresso nas mãos, o carpinteiro Tadeu Oliveira, 27 anos, abriu o sorriso. Jamais imaginou que iria assistir ao jogão Alemanha x Portugal em plena Copa do Mundo. Melhor. Na Arena Fonte Nova que ajudou a construir. Mas bastou deixar a bilheteria para ser tomado por uma tentação. “Ei, psiu. Vende por quanto?”, perguntou uma mulher.

Cambistas e torcedores dispostos a pagar bem para assistir aos jogos interpelavam ontem parte dos 5,4 mil operários da Fonte Nova que receberam ingressos em uma promoção da Fifa. Enquanto isso, com a ajuda de policiais e seguranças, o representante do estádio, Alan Cajado, tentava afastar os mais ousados. Além dos cambistas, outro problema era motivo de confusão. Não faltaram reclamações de funcionários terceirizados que não tiveram a carteira de trabalho assinada nas empresas do consórcio Odebrecht/OAS.

São 1,6 mil que deveriam resgatar os ingressos na própria empresa. “A gente liga para a sede, que é longe, e eles dizem que não sabem de nada”, denunciou o eletricista Denilson Gonzaga, 49 anos. Segundo Cajado, os ingressos foram enviados para as empresas. “Mas parece que elas não estão repassando os bilhetes. Cabe aos funcionários cobrarem”, aconselhou. Matéria original: Jornal Correio* Cambistas assediam operários que ganharam ingressos da Fifa