A Polícia Civil concluiu, após seis meses, o inquérito que apura o
crime da morte de Geovane Mascarenhas de Santana, 22 anos, visto com vida pela última vez quando foi colocado no porta-malas de uma guarnição da Rondesp, no dia 2 de agosto de 2014. O documento deve ser encaminhado para o Ministério Público Estadual (MPE) até o final da semana que vem.A informação foi confirmada, na quarta-feira (25), pelo diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Jorge Figueiredo, através da assessoria de comunicação da Polícia Civil. Sobre detalhes da investigação, a assessoria de comunicação informou que o delegado não iria comentar o assunto. Geovane desapareceu após abordagem de PMs das Rondas Especiais da Baía de Todos os Santos (Rondesp/BTS). O corpo dele foi encontrado carbonizado e esquartejado no Parque São Bartolomeu e Campinas de Pirajá. Três policiais chegaram a ser presos, mas foram soltos dois meses depois — agora cumprem expediente administrativo. São eles: o subtenente Cláudio Bonfim Borges, comandante da guarnição, e os soldados Jailson Gomes de Oliveira e Jesimiel da Silva Resende. A imagem em que Geovane é colocado no porta-malas de uma viatura foi obtida pelo pai do jovem o comerciante Jurandy Silva de Santana, 40, que apurou sozinho o desaparecimento do filho diante de inúmeras negativas na polícia. No dia de 19 de janeiro deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) cobrou agilidade à Polícia Civil no inquérito. O procurador regional dos Direitos do Cidadão, Leandro Bastos Nunes, encaminhou ofício a Figueiredo. No ofício, Nunes solicita, em 30 dias, o “andamento do inquérito policial instaurado”, “destacando as últimas diligências empreendidas”. “No caso de ineficácia da atuação dos órgãos estaduais, o procurador da República pode solicitar perante o Supremo Tribunal de Justiça o deslocamento de competência”, declarou Nunes. Ou seja, a Polícia Federal assumiria a investigação. Segundo o procurador, Figueiredo respondeu no dia 4 de fevereiro, 17 dias após o recebimento do ofício do MPF. “O documento informa que o inquérito foi concluído, mas não diz o que houve. Não aponta a conclusão. Sinaliza que vai enviar relatório, mas não diz também quando. Mas a gente vai cobrar a remessa”, disse Nunes. Quanto às diligências, o DHPP enviou junto com o documento-resposta, fotos da ocasião em que o corpo foi encontrado. Apesar de inicialmente apenas três policiais militares terem tido os nomes envolvidos na morte de Geovane, o CORREIO apurou que mais de dez policiais militares foram investigados. Alguns foram incluídos porque estiveram no local do crime. A assessoria de comunicação da Polícia Civil não confirmou. Em nota, a Polícia Militar respondeu que “todos os policiais militares que estavam de serviço na data do sumiço de Geovane foram ouvidos”.