Nas áreas de encostas, as condições geológicas foram definidas há centenas de anos, os efeitos das questões climáticas são velhos conhecidos e as questões sociais que levaram a ocupação desordenada nesses locais são evidentes. Há, no entanto, possibilidades de aprender com os erros e reduzir o perigo de deslizamento de terra.
É isso que acreditam três especialistas procurados pelo CORREIO para apontar, através de sequências de imagens, o que caracteriza as áreas de risco e o que moradores delas podem fazer para conviver com o enladeirado das ruas no período chuvoso. O resultado você confere no infográfico abaixo. No último domingo (1º), começou o mês mais chuvoso do ano em Salvador, de acordo com o histórico Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo o órgão, há previsão de chuvas fortes agora em maio.
Especialista em estabilidade de talude e conselheiro do Conselho Regional de Engeanharia e Agronomia da Bahia (CREA-BA), o professor Luis Edmundo Campos explica a forma correta e incorreta de aplainar terrenos em áreas de encostas, além de apontar os riscos das redes de tubulação das águas da chuva e de esgoto. Professora do curso de Engenharia da Ufba, a professora Luciene Lima explica os riscos das bananeiras para a estabilidade das encostas e o geólogo José Carlos Fernandes, um dos responsáveis pelo Plano Diretor de Encostas (PDE) de Salvador, fala sobre como as questões de urbanização (ou a falta delas) aumentam o perigo.
A Salvador em alerta
São áreas de riscos regiões expostas a desastres naturais, como deslizamentos de terra, desabamentos e inundações. O atual número de áreas de riscos na capital é incerto. Um documento de 2004 da Defesa Civil de Salvador (Codesal) lista 433 pontos, a estimativa até o ano passado é que esse número já havia passado de 600. Especialmente no último ano, dezenas de obras de contenção de encostas foram executadas pela prefeitura e pelo governo do estado, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), do governo federal.
Atualmente, a Codesal não tem uma relação atualizadas dessas áreas. O órgão indica que as dez áreas de risco que exigem maior atenção da Operação de Chuva deste ano, que segue pelo menos até junho, são as localidades de Pedro Ferrão, Marotinho, Mamede, Baixa de Santa Rita, Baixa do Cacau, São Marcos, Calabetão, Vila Canária, Canabrava e Vila Picassio.
Segundo os especialistas, na capital, quase a metade das áreas de risco se concentra na região do miolo da cidade, em uma região que envolve nove bairros entre a Avenida Paralela e a BR-324, o que é simbólico para o passado da ocupação desordenada na cidade.
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