A disputa por pontos de tráfico de drogas é, para a Polícia Civil, um dos principais motivos de homicídios em São Caetano. "O grande número de homicídios na região está ligado à fragmentação do poder", acredita o chefe do Serviço de Investigação da 4ª Delegacia (São Caetano), Darlan de Assis. Com a morte de Everaldo Rocha dos Santos, o Everaldinho, um dos líderes do tráfico na área, nesta segunda-feira (28), a polícia está se organizando para evitar o acirramento dessas disputas, nas quais, o armamento o usado é pesado, com armas que só a Rondesp usa em Salvador.
Everaldinho era responsável pelo tráfico de drogas na região da Rua da Formiga, em São Caetano, na Boa Vista do São Caetano e na Capelinha e estava perdendo o domínio na região. Seu principal rival na região era Washington Davi Santos da Silva, o Boca Mole, da facção Bonde do Maluco. Boca Mole está preso desde 2013, mas ainda assim influencia a criminalidade nas localidades da Cirlândia (na divisa com a região da Formiga), no Marotinho, Bom Juá e parte de Camarujipe. Quem também lidera o tráfico na região é um homem conhecido como Rasta, que comanda a Ladeira do Cacau e parte da Boa Vista do Lobato.
Boca Mole (esq.) está preso. Seu bando teria matado Everaldinho (dir.) na Formiga, área disputada pelos dois |
A Polícia está empenhada — com monitoramento de redes sociais, policiamento ostensivo e incursões — para evitar novos confrontos. “A SSP vai definir as estratégias que vão ser adotadas para tentar minimizar essa rivalidade que existe na área e nós estamos fazendo monitoramento, ação conjunta entre a Polícia Militar e a Polícia Civil já há algum tempo e vamos continuar agindo”, afirmou o delegado Nilton Tormes, da 4ª Delegacia.
Armas 'exclusivas' Também procurados, Saul e Cérebro são os apelidos dos homens de confiança de Everaldinho, que podem querer manter o domínio na região. Segundo o major José Raimundo Barros, comandante da 9ª Companhia Independente de Polícia (9ª CIPM/ Pirajá), o poder de fogo do bando é grande. “Há informações de que eles têm fuzil 556, que aqui é usado somente pela Rondesp, que também teriam submetralhadoras .40 e armas de calibres 45, que são armamentos pesados”, contou o major.
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