Comunidade espanhola se reúne em Salvador, mas amarga goleada

Pouco mais de sete quilômetros separam a Arena Fonte Nova e o Centro Cultural e Recreativo Hispano-Galego, em Salvador. No primeiro local, Espanha e Holanda protagonizavam um dos jogos mais esperados na primeira fase da Copa do Mundo 2014, enquanto, no segundo ponto, cerca de 400 torcedores se reuniam entre familiares e amigos para empurrar o time de Casillas, Piqué, Iniesta e cia.O empurrão não foi suficiente. A paella azedou e não teve tourada certa. Os holandeses surpreenderam qualquer prognóstico e aplicaram uma goleada de 5 a 1 sobre os atuais campeões mundiais. Para combinar com a total falta de aconchego espanhol no apito final, só a chuva e o vento frio que sopravam do mar na direção da torcida espanhola reunida no clube.Por essa nem o seu Manolo Muiños esperava. O empresário soteropolitano, filho de espanhóis, levou a família e amigos para acompanharem o jogo com toda a "coletividade espanhola", como ele mesmo disse. "A Espanha chega com um bom time e se classificou em primeiro do grupo das eliminatórias", comentou o torcedor antes do começo da partida, mas o que ele não sabia é que o desfecho daquela tarde não seria nada animador. No intervalo do jogo, com o duelo do Grupo B ainda empatado em 1 a 1, o comerciante Adriano Carballo, de 58 anos, não esperava que quatro gols ainda estavam por vir. E o pior, contra a Seleção do país onde ele nasceu. "A partida está muito equilibrada, não deve passar de 2 a 1, seja para a Espanha ou para a Holanda", errou o espanhol nascido na cidade de Mondariz ao arriscar o placar final da partida. Junto com a chuva forte veio a etapa final e a confirmação do passeio holandês em plena Arena Fonte Nova. Aos "hispano-soteropolitanos" restou acertar o passo com a banda Axerife para, quem sabe, a dança ficar mais feliz no próximo encontro, dia 18 de junho, para ver Espanha x Chile, no Maracanã.