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Corpo de paciente encontrado em fosso de hospital é enterrado

Velório estava programado para a tarde de ontem (1º), mas foi adiado porque o IML não liberou o corpo. Familiares dela acusam hospital de negligência

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02/12/2012 às 13:10 • Atualizada em 02/09/2022 às 4:52 - há XX semanas
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O corpo de Maria Selma dos Santos Reis, 45 anos, paciente encontrada morta em um fosso do Hospital das Clínicas, foi enterrado na manhã deste domingo (2) no Cemitério Bosque da Paz. O velório da vítima, programado para às 16h30 do sábado (1º), foi adiado porque o Instituto Médico Legal (IML) não tinha liberado o corpo dela, alegando que seria necessário realizar uma segunda necropsia de caráter mais detalhado. A auxiliar de serviços gerais estava desaparecida desde a quarta-feira (28), e o corpo da vítima foi visto por funcionários da instituição no final da tarde de ontem. Ele estava em estado de gigantismo e flutuando na água do fosso, ainda com as roupas do hospital. "Ao invés deles [o Hospital] entrarem em contato no mesmo dia, só fomos informados do desaparecimento dela na manhã do dia seguinte, por volta das 6h30 da quinta-feira (29)", relata o irmão da vítima, Paulo Roberto dos Santos. "Eles nos disseram que a minha irmã fugiu da enfermaria, e que eles tinham realizado uma busca no hospital, mas não passaram mais nenhum retorno." A família de Maria Selma afirma buscar justiça. O laudo da perícia que vai determinar a causa de morte dela deve ser divulgado em 30 dias. Ainda conforme o irmão de Maria Selma, o corpo dela foi encontrado com um corte na testa e sinais de agressão no terceiro subsolo do Hospital das Clínicas, localizado no bairro do Canela, em uma galeria transbordando de água de chuva. "Eu acho que teve negligência deles neste caso. Essa tragédia poderia ter sido evitada se eles tivessem nos avisado assim que ela sumiu, ou se eles tivessem mobilizado os familiares e funcionários do hospital para que a gente realizasse uma busca correta", pontua Paulo Roberto. "Eu quero justiça - eu quero ter acesso às imagens das câmeras de segurança por onde ela passou. Eu quero saber porque o corpo dela só foi aparecer só dois dias depois, porque eles falaram que ela fugiu e depois não tomaram mais nenhuma providência". Familiares dizem que a vítima era alegre e positiva Maria Selma era solteira, não tinha filhos, e morava com a mãe e o irmão no bairro do Cabula. Ela estava afastada do trabalho há aproximadamente de 10 meses por conta de problemas de saúde, e teve seu pedido de aposentadoria indeferido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo Sandra Lacerda, prima de criação da vítima, a auxiliar de serviços gerais apresentava problemas cardíacos em decorrência da sua luta contra a anemia falciforme. "Antes ela trabalhava como copeira, era contratada como terceirizada de uma empresa que presta serviços para a Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Só que atualmente a Maria Selma estava com um processo da Defensoria Pública batalhando pela aposentaria, porque a doença dela já tinha atacado o coração, ela tinha um atestado que a proibia de trabalhar", conta Sandra. Os problemas de saúde da vítima são confirmados pelo irmão de Maria Selma. "Além da anemia falciforme, minha irmã também sofria de febre reumática, miocardiopatia e hipertensão", revela Paulo Roberto dos Santos. "Apesar de tudo isto, e apesar do que foi comentado por aí, ela estava psicologicamente bem. Minha irmã era uma pessoa alegre, positiva e tranquila, era evangélica e já foi secretária e tesoureira de uma igreja no Doron. A Maria Selma teve problemas psiquiátricos há mais de 20 anos, e desde então não tinha nada, não apresentava nenhum transtorno. O que aconteceu com ela deve ter uma outra explicação", afirma ele. "O problema é que o hospital já nos deu várias versões do que aconteceu, e nenhuma delas está batendo. Os familiares que viram [o corpo da vítima] nos falaram que havia marcas de violência, que tudo indicava que isto não foi uma coisa que ela teria procurado fazer", pontua Sandra Lacerda. Procurada pelo CORREIO, a assessoria de comunicação do Hospital das Clínicas afirmou que a instituição não vai emitir nenhum posicionamento sobre a morte da paciente antes que o resultado da perícia realizada no corpo da auxiliar de serviços gerais, Maria Selma dos Santos Reis, seja divulgado pela polícia. De acordo com a TV Bahia, os funcionários da unidade médica foram convocados para prestar depoimento na Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso. Matéria original do CorreioCorpo de paciente de hospital encontrado em fosso é enterrado neste domingo (2)

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