A filha de Miguel Oliveira Vencimento, de 66 anos, que está em coma há mais um mês, informou que o caso do pai pode ser irreversível. A família denunciou erro médico do Hospital Teresa de Lisieux, dias atrás, por ter desligado o ventilador mecânico do idoso durante um procedimento cirúrgico, na unidade de saúde, em Salvador.
"Desde quando aconteceu isso com meu pai, me encontro desesperada. Já não tenho mais vida, não trabalho mais e a gente tem medo de deixar meu pai sozinho no hospital", disse Priscila Vencimento, filha do idoso, ao g1 Bahia.
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Miguel Oliveira Vencimento deu entrada no hospital após uma fratura no ombro. Durante a cirurgia, o paciente teve uma parada cardíaca e está em coma há mais de um mês.
A cirurgia foi realizada no dia 15 de junho. Quando o aparelho foi desligado, Priscila Vencimento foi informada de que o pai sairia do local sem sequelas.
"O carrinho que fica o respirador e o monitor de monitoramento saiu da tomada, segundo eles, quando uma técnica passou com uma serra elétrica e os fios folgaram", relatou.
Ainda de acordo com a filha do idoso, o pai saiu intubado da sala e desde então não acordou mais.
"Mas não foi isso o que aconteceu, meu pai saiu intubado e já tem mais de um mês e meu pai ainda não acordou. Não fala com a gente, não responde, está em estado vegetativo", lamentou.
Ainda segundo ela, um médico da instituição explicou a ela que caso o idoso não acorde em três meses, o estado dela pode ser considerado "duradouro", se torna "permanente".
"Meu pai entrou andando, falando, lúcido, orientado, só com essa fratura no ombro e sentindo dores. Ele fez uma cirurgia no dia 11, que eu acredito que não foi bem feita, já que ele teve que retornar dois dias depois para fazer uma outra", afirmou a filha do idoso.
O caso foi registrado na 16ª Delegacia Territorial (DT) e no Conselho Regional de Medicina (Cremeb).
"A gente luta por justiça, porque eles tiraram meu pai de mim. Eu chego todos os dias e falo: 'Meu pai, fale comigo'. Todos os dias olho para ele e falo como é bom ser filha dele, mas não vejo resposta", lamentou.
Em nota, o Hospital Teresa de Liseux lamentou o caso e disse que instaurou uma sindicância para apurar os fats, identificar responsabilidades e adotar medidas cabíveis. Já a Cremeb diz que recebeu a denúncia, mas que não pode comentar sobre o assunto por causa do Código de Ética Profissional.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
Redação iBahia
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