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MÚSICA

Há cinco décadas a Concha Acústica movimenta cultura de Salvador

Inaugurada em 1958, o espaço tem grande reforma prevista ainda para este ano

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17/05/2012 às 14:00 • Atualizada em 27/08/2022 às 0:07 - há XX semanas
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A aproximação do público com o artista devido a arquitetura é a marca da Concha Acústica
Só quem já teve a oportunidade de ir a um show na Concha Acústica sabe definir com precisão as singularidades daquele espaço. A céu aberto e em formato de semi arena, a Concha proporciona ao público maior proximidade com o artista e liberdade para transitar entre as arquibancadas, dançar e interagir com os amigos. Experiência como essa teve a jornalista Maria Luisa Gouveia, que diz ter vivido bons momentos naquele espaço. O mais recente foi o show de Criolo, em maio, quando ela conseguiu ficar muito próxima do artista, por conta da arquitetura do lugar. “Eu fiquei pertinho dele! Qual seria o momento, na vida, que eu poderia fazer isso?”, comenta a fã do cantor paulista. Maria Luisa ainda se recorda do show do grupo Angra, em 2004, que pode assistir em uma posição privilegiada da arquibancada. “Eu fiquei perto da mesa de som, porque dali você tem uma visão muito boa do palco”, explica.
Contribuição culturalMais interessante do que a arquitetura, é a sua contribuição para a história cultural de Salvador. O espaço, entregue aos soteropolitanos em julho de 1958, como parte do ‘Conjunto Teatro Castro Alves’, já recebeu nomes importantes da música popular brasileira e baiana, e foi cenário de outras linguagens artísticas, como o cinema, teatro e dança.
"Tenho boas lembranças da Concha, principalmente do período do Projeto Pixinguinha", diz o músico Pedro Moraes.
O músico Pedro Moraes, frequentador assíduo nos anos 1970 e 1980, guarda boas lembranças de shows memoráveis assistidos no palco da Concha. Das atrações que mais o marcaram, o grupo A Cor do Som, Novos Baianos, Zizi Possi e Geraldo Azevedo, se destacam e, mais ainda, o Projeto Pixinguinha, que trazia para Salvador grandes nomes da música a preço simbólico, além de apresentar novos artistas. “Tenho boas lembranças da Concha, principalmente do período do Projeto Pixinguinha. Seria muito bom se projetos como este voltassem a acontecer na Concha, que ainda é um das grandes casas culturais da cidade”, sugere o músico.
Formato do palco dá nome ao espaço
De 1958 a 1967, período de reconstrução do TCA, destruído pelo fogo na semana da inauguração, em 1959, a Concha foi palco de poucos eventos e não teve uma programação sistemática. Os shows começam a se intensificar a partir de 1967, quando o teatro foi efetivamente inaugurado. De lá pra cá, nomes como Luís Gonzaga, João Gilberto, Roberto Carlos, Milton Nascimento, Wanderléa, Caetano Veloso, Cássia Eller, Adriana Calcanhoto, Rita Lee, e a nova geração, como Vanessa da Mata, Seu Jorge, Marcelo Camelo e Maria Rita, e tantos outros ícones da nossa música, se apresentaram para os baianos, naquele palco, construído em formato de concha.O espaço também foi sede de shows e eventos especiais como homenagens a Tom Jobim, Dorival Caymmi, a Raul Seixas, Mãe Menininha do Gantois, Show Tributo a Jovem Guarda, Noite de Santo Amaro, entre tantos outros.
Nomes como João Gilberto e Luís Gonzaga já passaram pelo palco da Concha Acústica.
Programação internacional
Em cinco décadas, foram mais de 800 espetáculos e mais de 3 milhões e meio de espectadores que puderam apreciar não só o trabalho de artistas brasileiros, mas também de outros lugares do mundo. A programação musical internacional também faz parte, em menor proporção, da história da Concha e, por consequência, de Salvador. Manu Chao, Youssou N'Dour, o grupo Neville Brothers, Maxi Priest, a cantora Any Di Franco, as cantoras africanas Iza Pereira e Angelique Kidjo, o bluesman norte-americano, J.J. Jackson e a banda inglesa Placebo, são alguns dos artistas de fora, que mostraram seus trabalhos no palco da Concha.
Nova Concha
A nova Concha Acústica prevê maior comodidade para o público e o artista
Prevista para o segundo semestre deste ano, as obras que renovarão tanto o TCA, quanto a Concha Acústica, prometem melhorar a infraestrutura para a produção e para os artistas, como melhoria nas áreas dos camarins e backstage e mais conforto e segurança para o público, como novas bilheterias, melhoria nos sanitários, área de bar e alimentação e permitir acesso via a Ladeira da Fonte, localizada próximo ao espaço.
Em cinco décadas foram mais de 800 espetáculos e mais de 3 milhões e meio de espectadores.
Transformações na condição técnica para realização dos shows, como a mudança do posicionamento da cabine de controle de som e luz, melhoria dos equipamentos cênicos e de iluminação, transformação da cobertura do palco em uma plataforma técnica que facilita a montagem e possibilita ações de formação no local, também estão previstas para este novo planejamento estrutural.

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