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Diminui desemprego da população negra na Região Metropolitana de Salvador

Os negros ganharam maiores salários em 2010 em relação a 2009

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17/11/2011 às 18:32 • Atualizada em 03/09/2022 às 4:14 - há XX semanas
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O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou nesta quinta-feira (17) um estudo especial sobre "A inserção da população negra no mercado de trabalho da Região Metropolitana de Salvador", referente à Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) desta região, que traz alguns dados otimistas, comparando os anos 2009 e 2010. Segundo a pesquisa, a maioria das 44 mil pessoas que conseguiram um emprego neste período na RMS é negra. Foram gerados 87 mil postos de trabalho na região, correspondentes a criação de 88 mil postos entre a população negra e redução de mil ocupações para os não negros. O rendimento real médio da população negra da RMS também registrou um aumento entre 2009 e 2010. Os salários passaram de R$ 936, em 2009, para R$ 1003, contra a queda de rendimento verificada na população não-negra, exceto no setor público. Apesar dos avanços em termos ocupacionais, o estudo também mostra que a realidade de desigualdade na Região Metropolitana de Salvador ainda é significativa. Em termos de rendimento, a população não-negra ganha aproximadamente 85% a mais do que os negros. Enquanto o salário da população negra registrado em 2010 correspondeu a R$ 1003, os não negros recebem mensalmente R$ 1851. É possível atribuir este resultado ao fato de que a população negra ocupa mais, em termos proporcionais, as posições de trabalho mais precárias, explica o estudo. Embora o número de desempregados negros tenha reduzido, a população negra ainda representa 91,2% das pessoas nesta condição na RMS. A pesquisa mostra que esta parcela é, inclusive, superior a população ocupada (86,7%) e a população economicamente ativa desta região (87,4%). A desigualdade também é ainda mais acentuada quando se trata da mulher negra. Os homens negros foram mais beneficiados com a diminuição da taxa de desemprego na população negra, passando de 16,4% para 13,4%. Já as mulheres negras representam a maior parcela de desempregados, com 21,6% registrado em 2010. "Percebe-se que, apesar de o desemprego afetar os diversos segmentos da força de trabalho, as mulheres, particularmente as negras, estão mais expostas a esse fenômeno, o que mostra a dupla discriminação existente no mercado de trabalho”, segundo o estudo. Esta dupla discriminação pode ser verificada, de acordo com a pesquisa, tanto em relação ao rendimento quanto à posição ocupacional e setor de atividade. Um exemplo é o rendimento médio por hora de trabalho: a mulher negra recebe menos de 50% do que o homem não-negro. Enquanto a remuneração da mulher negra é de R$ 5,09, o homem não-negro ganha R$ 11,92 por hora de trabalho. O setor de atividade também é expressivo, ao considerar que 17% dos empregos gerados para as mulheres negras em 2010 serem de serviços domésticos, apesar da queda de participação de trabalhadores neste setor verificada neste ano. Veja tambémNegros e pardos representam maioria da população em 56,8% dos municípios, revela estudo No mês da Consciência Negra, o iBahia entrevista: Luislinda Valois, primeira juíza negra do Brasil Racismo no carnaval de Salvador será tema de investigação

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