“A prisão dele pode até dar um sentimento de justiça, mas com certeza não traz Reinaldo de volta”, desabafou o diretor do Balé Folclórico da Bahia (BFB), Vavá Botelho, depois de receber a notícia sobre a prisão de Wallysson Santana de Castro, na tarde desta terça-feira (17). Para o diretor do BFB, apesar do conforto que a prisão de Wallysson traz para os amigos e familiares do bailarino, o momento é de união para pressionar o poder público e fazer com que a justiça seja feita. “Nosso maior medo é que a mídia venha, em breve, nos informar que esse bandido está pela rua, cumprindo pena em liberdade. Não podemos deixar isso barato, vamos pressionar até a última instância para que ele pague pelo crime que cometeu”, afirmou Vavá. Itamar Arapiraca, primeira professora de balé de Reinaldo, ainda na Escola Estadual Candolina, relatou a dificuldade de superar a mágoa da perda do bailarino, mesmo com a notícia da prisão de Wallysson. “Eu, sem conseguir dormir com a pergunta ‘o que aconteceu?’, recebi uma mensagem dizendo que ele falou em briga conjugal, mas para mim isso não faz sentido, eu queria estar cara a cara com ele para ver nos olhos dele qual foi o verdadeiro motivo”, disse. Sobre a luta em busca da justiça, a professora afirmou que vai se unir aos amigos e familiares do bailarino para lutar pela condenação do agressor. “Agora a gente precisa se mobilizar para que ele pague pelo mal que fez, afinal uma andorinha só não faz verão”, disse. Wallysson admite ter matado Reinaldo Pepe A Polícia Militar prendeu, na terça-feira (17), Wallysson Santana de Castro, 24, apontado como principal suspeito de matar o bailarino Reinaldo Pepe. Wallysson foi preso no município de Muritiba, no Recôncavo. De acordo com a PM, Wallysson fugiu para a cidade, onde planejava se refugiar na casa do pai. No momento da prisão, ainda segundo comunicado da corporação, ele confessou a autoria do assassinato aos policiais e disse que a agressão ao bailarino foi motivada por uma “briga conjugal”. A equipe da 3ª Delegacia de Homicídios, responsável pela investigação do caso, chegou à identidade de Wallysson, também conhecido como Galego ou Roy, através da análise de imagens feitas por câmeras na Rua do Alvo, no bairro da Saúde. O material mostrava o agressor deixando a pousada onde Reinaldo morava logo após o horário em que crime aconteceu, por volta das 5h da manhã do domingo. A Polícia Civil também informou que ontem três testemunhas prestaram depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Buscas e prisão A foto e a identidade de Wallysson foram divulgadas pelo órgão de segurança ainda na tarde de ontem. Paralelamente as equipes do DHPP e da Polícia Militar realizavam buscas nos locais onde o acusado poderia estar escondido. Contudo o esconderijo do assassino só foi descoberto através de informações passadas para a polícia através de denúncias. Segundo informações da Polícia Militar, o Serviço de Inteligência da Companhia Independente de Policiamento Especializado / Polo Industrial – (CIPE-PI), obteve informações que Wallysson teria fugido para a cidade de Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador, onde teria buscado abrigo na casa da mãe. Quando chegaram ao município, as equipes foram informadas que Wallysson tinha viajado para Muritiba, cidade onde mora o pai. Com apoio de guarnições da 27ª Companhia Independente de Polícia Militar, as equipes da CIPE-PI chegaram ao município de Muritiba na tarde de ontem e prenderam Wallysson, que não apresentou resistência. Segundo nota da PM, Wallysson disse durante a confissão que uma briga conjugal foi a razão para a luta corporal que resultou na morte do bailarino. Wallysson foi conduzido pela polícia ao DHPP. Procurado, o delegado Guilherme Machado, responsável pelas investigações, disse que não estava autorizado a falar. A Polícia Civil não quis dar mais detalhes sobre a prisão ou a “briga conjugal” a que Wallysson se referiu. Crime Reinaldo Pepe foi assassinado na madrugada do domingo, na quitinete em que morava de aluguel desde o final do ano passado. Segundo a Polícia Civil, o bailarino foi golpeado com faca no pescoço e no abdômen. De acordo com o diretor do Balé Folclórico da Bahia (BFB), Vavá Botelho, Reinaldo havia se apresentado Teatro Miguel Santa, no Pelourinho, no sábado e, por conta de dores na panturrilha, ele desistiu de ir a uma boate com os amigos após o espetáculo, e avisou que iria para casa. Nas primeiras horas da manhã do domingo, os demais hóspedes da pousada foram alertados por um ruído alto vindo do quarto de Reinaldo, situação que os motivou a chamarem a polícia. Eles informaram aos agentes que um homem havia saído do local portando um celular e um notebook. Na quitinete, os peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) encontraram sangue espalhado e sinais de luta. “A casa estava uma coisa impossível de entrar, tinha muito sangue. Ele era muito forte, tinha um força absurda. Ele deve ter lutado muito”, lamentou Vavá Botelho. Reinaldo Pepe fazia parte do Balé Folclórico da Bahia há 15 anos e se preparava para participar de uma turnê do Balé Folclórico que vai acontecer no próximo mês em Nova York, nos Estados Unidos.
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