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Documento sobre compra de avião envolvendo Geddel é apreendido

Envelope continha anotações sobre abastecimento, registros sobre compra e venda de gado e atas de reuniões da Caixa

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Redação iBahia

14/09/2017 às 17:35 • Atualizada em 01/09/2022 às 0:19 - há XX semanas
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A Polícia Federal (PF) apreendeu na casa da mãe do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) um envelope com a inscrição "compra de avião", anotações sobre abastecimento de uma aeronave, registros sobre compra e venda de gado e atas de reuniões da Caixa Econômica Federal. A Justiça Federal em Brasília autorizou a PF a fazer uma busca no apartamento de Marluce Vieira Lima, em Salvador, no mesmo dia em que determinou a prisão de Geddel, na última sexta-feira.

O ex-ministro e um aliado seu, o advogado Gustavo Ferraz (PMDB), estão presos preventivamente desde a descoberta de suas digitais em parte do dinheiro apreendido num "bunker" na capital baiana. A PF encontrou R$ 51 milhões num apartamento ligado a Geddel e ao irmão dele, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), naquela que é considerada a maior apreensão de dinheiro vivo da história do país.

Além das prisões, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara Federal em Brasília, autorizou que buscas e apreensões fossem feitas nas residências de Geddel, Gustavo e da mãe do ex-ministro. O pedido dos mandados de busca foi feito pela PF e reiterado pelo Ministério Público Federal (MPF).

"As buscas e apreensões nas residências apontadas se mostram imprescindíveis para a localização de novos elementos probatórios dos ilícitos em apuração ou produto direto de crimes, como dinheiro em espécie", escreveu o magistrado na decisão. "Há grande probabilidade de que no apartamento da mãe de Geddel Vieira possa existir alguma prova documental relacionada com a apreensão dos R$ 50 milhões, mesmo porque, como esclarece a autoridade policial federal, residem no mesmo prédio, o que constitui um facilitador para que elementos probatórios estejam lá escondidos", continuou.

A análise do material apreendido ainda deve demorar, em razão do deslocamento do processo para o Supremo Tribunal Federal (STF). Diante dos indícios de lavagem de dinheiro por parte do deputado Lúcio, que tem foro privilegiado, o caso foi remetido por Vallisney para análise do Supremo. Testemunhas associaram o "bunker" a Lúcio.

Na edição desta quinta-feira, reportagem do GLOBO revelou a disposição de Gustavo de colaborar com as investigações. Enquanto Geddel permaneceu calado perante a PF, o aliado – diretor-geral da Defesa Civil da Prefeitura de Salvador até o dia da prisão – já deu dois depoimentos, nos quais dá detalhes sobre como buscou uma mala de dinheiro em São Paulo por ordem do ex-ministro. Gustavo disse ter se sentido "traído" por Geddel no episódio.

A reportagem entrou em contato com o advogado de Geddel, Gamil Föppel, no início da tarde desta quinta-feira, mas ele não atendeu às ligações nem respondeu às mensagens enviadas a seu celular

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