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Dom Murilo pede que governantes "deixem interesses pessoais"

A celebração do corpo e do sangue de Cristo começou com uma missa campal no Terreiro de Jesus

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Redação iBahia

26/05/2016 às 13:59 • Atualizada em 29/08/2022 às 7:10 - há XX semanas
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Aos 89 anos, dona Agripina de Jesus saiu de casa cedo, nesta quinta-feira (26), como sempre faz no dia de Corpus Christi: às 5h. Moradora de Itinga, pegou três ônibus para chegar à Igreja de São Pedro dos Clérigos, no Terreiro de Jesus, no Pelourinho. Sozinha, mas cheia de vigor, encarou a maratona para assistir a missa campal realizada em frente a igreja, no início da manhã, e seguir em procissão até a Praça do Campo Grande, que terminou por volta de 11h.
Centenas de fiéis participaram da procissão, que começou com uma missa campal no Pelourinho | Foto: Marina Silva/CORREIO
Como ela, centenas de pessoas participaram do cortejo religioso que celebra o corpo e o sangue de Cristo, durante toda a manhã de hoje. No entanto, nem os organizadores da caminhada, nem a Polícia Militar, que acompanhava os religiosos, souberam informar a quantidade exata de participantes. “É pelas graças de Deus que eu estou andando isso aqui tudo, porque eu confio nele. Fiz todo o percurso e participo de tudo desde a quaresma. Estamos encerrando hoje, com toda a felicidade que Jesus me proporciona”, dizia dona Agripina, cheia de fé. São muitos anos seguindo, religiosamente, o dia de Corpus Christi. Ou, como ela mesma gostava de dizer, “desde que era moça e não sabe precisar o tempo”. Enquanto dona Agripina já é velha conhecida da profissão, o carpinteiro Ivonildo do Carmo, 44, levava as três filhas para acompanhar o cortejo pela primeira vez. “Já tinha ido em outras procissões, mas nunca nessa. Estou gostando muito de estar aqui, porque é muito bom estar mais presente na rotina da igreja”, comentou a filha mais velha, Alessandra Santos, 17. A caçula, Maria Fernanda, 5, sabia, sem errar, todas as músicas tocadas no cortejo. “O mais legal aqui é cantar”. Para a freira Ozenita Alvino, 56, da Congregação de Nossa Senhora dos Humildes, no Convento de São Raimundo, a caminhada significa “o povo de Deus vivendo o amor de Deus”. “É uma forma de mostrar o nosso amor. Ele (Deus) é o pão que alimenta nossa alma”.
O arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, concedeu a bençãoFoto: Marina Silva/CORREIO
Durante todo o percurso, o arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, carregou o ostensório com o Santíssimo Sacramento, até chegar ao Campo Grande, onde concedeu a benção aos fiéis. Ao CORREIO, Dom Murilo afirmou que o povo entendeu que Deus é maior do que as crises política e econômica pelas quais o Brasil passa. “As crises passam e mostram como nós somos pequenos e limitados, mas a fé em Deus supera tudo e ajuda a enfrentar inclusive os erros, os desacertos de nossos políticos. Espero que o Senhor faça descer o seu amor e sua luz sobre os que governam nosso país, para que deixem os interesses pessoas de lado e coloquem, acima de tudo, o bem desse povo tão bom”.
Procissão seguiu até a Praça do Campo Grande | Foto: Marina Silva/CORREIO
Além disso, em Plataforma, fiéis confeccionaram os tradicionais tapetes de Corpus Christi nas ruas. Foram usados materiais como sal, pó de café, papel e pedaços de tecido.
Correio24horas

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