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'Ele queria mudar de emprego', diz cunhado de segurança morto

Vigilante morreu depois de ser baleado na cabeça por bandidos, em São Lázaro

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Redação iBahia

05/09/2017 às 20:50 • Atualizada em 27/08/2022 às 5:25 - há XX semanas
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O corpo do segurança Evandro Silva Lima, 48 anos, foi sepultado na tarde desta terça-feira (5), no cemitério do Campo Santos, na Federação. Ele morreu depois de ser baleado na cabeça durante um assalto em São Lázaro, nesta segunda(4), um guardador de carros e outro vigilante também ficaram feridos. A polícia acredita que o objetivo dos bandidos era roubar as armas dos seguranças.

Segundo o cunhado de Evandro, o alinhador João Carlos Ferreira, ele trabalhava há mais de 10 anos como segurança, no mesmo posto em que foi morto, mas estava insatisfeito com o trabalho. "Ele era uma pessoa muito alegre e que não ficava se queixando da vida, mas já tinha comentado com a esposa que queria mudar de trabalho por causa dos atritos que tinha. Há algumas semanas ele começou a distribuir currículos a procura de um novo emprego", disse.

Foto: Betto Jr./CORREIO

Há 10 anos, Evandro trabalhava como chefe de reposição de uma empresa de material de construção quando resolveu seguir a carreira de segurança. Na época, ele conversou com o amigo Juraci Santos, 31, sobre a ideia e fez o curso de capacitação. Durante a última década ele trabalhou como segurança na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).

Evandro viveu uma união estável por anos, mas há cinco anos resoleu oficializar a relação com uma cerimônia de casamento. Juraci contou que foi um dos padrinhos e que, apesar das dificuldades, o amigo estava feliz. "Ele era uma pessoa fantástica, que nos ensinou muito, sempre com alegria e bom humor. Desde que começou a trabalhar como segurança ele atuava no posto da Fapesb, foram sete anos na primiera empresa que fazia a segurança nesse posto e mais três anos na última empresa", contou.

O cortejo com o corpo de Evandro saiu da Capela 5 do cemitério por volta das 16h30 e seguiu até a Quadra 19 em silêncio. Emocionado, o filho do segurança se despediu como um beijo no caixão e o sepultamento aconteceu sob os aplausos das mais de 100 pessoas que aconpanharam a cerimônia. Ele deixou esposa e um casal de filho: uma adolescente de 15 anos e um rapaz que fará 21 anos nesta quarta (6).

Investigação

O diretor do Sindicato dos Vigilantes, Djalma Santos, esteve no sepultamento e disse que esse é o 10º vigilante assassinado na Bahia este ano. "A gente está acompanhando e ajudando a delegacia na apuração desse caso. Estive no local onde houve o crime e conversei com alguns companheiros. O sindicato sempre está debatendo com os contratantes e o governo do estado ações de sergurança para os trabalhadores, como guaritas mais recuadas e aprovas de bala. O local onde houve o caso é uma área de risco, onde os vigilantes ficam expostos", disse.

Procurada pelo CORREIO, a Fabesp, que é vinculada ao Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, informou que não se pronunciaria sobre o assunto. A assessoria disse que o órgão do governo estadual que falaria sobre o tema seria a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, através da Polícia Civil.

Segundo o titular da 7ª Delegacia (Rio Vermelho), Antônio Fernando Carmo, responsável pela investigação do caso, nenhum representante da empresa onde as vítimas trabalhavam procurou a unidade até esta terça. O caso está sendo tratado como latrocínio.

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