Parte dos bairros de Salvador amanheceu sem ônibus nesta terça-feira (11). A paralisação organizada pelos rodoviários é para chamar atenção das autoridades e da sociedade em relação ao não pagamento das verbas indenizatórias dos trabalhadores da extinta empresa CSN.
Ao todo, cerca de 500 coletivos deixaram de sair das garagens às 3h, de um total de 1.800 veículos. De acordo com sindicato da categoria, a previsão é que os ônibus das garagens G2 (Integra Plataforma) e G3 (integra OTTRANS) só comecem a circular a partir das 08h.
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As garagens G2 e G3 são as duas maiores da cidade. Ambas ficam na região de Pirajá. Vale ressaltar que apesar do atraso, há ônibus circulando em Salvador porque, mesmo com o protesto, os coletivos de garagens menores, como a da concessionária Plataforma, que fica no Caminho de Areia, circulam normalmente.
Neste cenário, os passageiros que usam o transporte coletivo diariamente já enfrentam dificuldades para encontrar as linhas. Ainda não há estimativa de quantos coletivos estão circulando e quantos estão parados.
Impasse
O sistema de transporte público de Salvador era composto por três concessionárias, que formam o consórcio Integra: OT Trans, Plataforma e CSN. De acordo com informações do Sindicato dos Rodoviários e da TV Bahia, 790 funcionários da antiga empresa CSN estão, no momento, sem receber as verbas indenizatórias. O impasse envolvendo os trabalhadores começou em junho de 2020, quando a Prefeitura de Salvador realizou a intervenção da empresa. Ela foi informada pelo Sindicato dos Rodoviários de que a CSN tinha descumprido o acordo coletivo assinado com a categoria, e estava apresentando constantes atrasos salariais e de ticket de alimentação.
Em março de 2021, o contrato com a CSN foi rescindido pela Prefeitura depois de uma autoria que apresentou irregularidades. Na ocasião, a gestão municipal assumiu os coletivos e absorveu parte da classe trabalhadora para operação dos ônibus.
Entretando, o restante dos funcionários ficou sem os valores. Por isso, em agosto de 2022, o Tribunal Regional do Trabalho realizou uma audiência e decretou, junto com o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o pagamento de 20 milhões para os envolvidos. O acordo foi assinados por todas as partes.
Na prática, os 790 funcionários restantes precisam receber os valores dos antigos proprietários da CSN. Mas, até o momento, nada foi quitado. A paralisação, segundo o sindicato, é um alerta.
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Redação iBahia
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