Às vésperas do Dia das Mães, a expectativa dos proprietários de lojas da Avenida Sete era que o pico de vendas começasse na manhã da última sexta-feira (9). O movimento foi, de fato, grande até 10h, quando um grupo de 40 membros do Sindicato dos Comerciários saiu da altura da Casa de Itália e passou em marcha pela via, orientando a categoria a fechar as portas como forma de pressão pela campanha salarial.
Parte das lojas fechou as portas voluntariamente, a outra parte resistiu. “Vim para cá especialmente para compras, mas quando vi o pessoal discutindo e fechando as lojas, até fiquei assustada”, contou a técnica em enfermagem Maria Souto. A vendedora Jaqueline Moura, da loja Verona Festa, apoiou a manifestação. “O reajuste é o mínimo que eles podem fazer, porque a gente passa da hora de trabalho, dá duro todo dia e não tem direito a melhorar de condição?”, questionou. Outros comerciários se posicionaram contra o ato. Para o vendedor Ari Lima, a manifestação é necessária, mas o fechamento das lojas penalizou a própria categoria. “Nós já tivemos prejuízos com a greve da PM, agora, próximo ao Dia das Mães, eles fazem a gente fechar o comércio. Quem trabalha por comissão acaba tomando prejuízo”, lamentou. Após muita discussão, o proprietário da Ambiente Modas, Manoel Leão, fechou as portas. “Meus funcionários têm participação nos lucros, eles é quem saem prejudicados com esse ato”. A pauta de reivindicações do Sindicato dos Comerciários inclui reajuste salarial de 13%, auxílio-creche, redução da jornada de trabalho, fim das horas extras e vale-cultura. O presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas), Paulo Mota, demonstrou surpresa com o que ele definiu como “agressividade” do Sindicato dos Comerciários. “Nós estamos em processo de negociação, mas eles apresentaram uma pauta muito rigorosa, que não é compatível com os valores que podemos contemplar”, afirmou. Segundo ele, a contraproposta de reajuste foi de 5,39% — inflação do período. Além do prejuízo financeiro, segundo a Transalvador, o bloqueio das faixas causou congestionamento que travou vias do Campo Grande, Vale dos Barris e Graça. Por volta das 12h, quando os manifestantes chegaram à Praça Castro Alves, a maior parte dos estabelecimentos já havia voltado a funcionar normalmente. O Sindilojas não calculou os prejuízos causados pelo protesto. *Matéria original Correio 24h: Em véspera de Dia das Mães, consumidores podem ficar na mão
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