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'Meu Negócio é Meu País'

Encontro debate ancestralidade e originalidade na gastronomia baiana

1ª edição do evento aconteceu no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador, e celebrou o fomento a empreendimentos de mulheres pretas no estado

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Iamany Santos

12/09/2023 às 14:49 • Atualizada em 12/09/2023 às 17:02 - há XX semanas
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					Encontro debate ancestralidade e originalidade na gastronomia baiana
Foto: Aline Gama/iBahia

Ancestralidade, originalidade e representatividade negras foram tema de um encontro que reuniu mulheres para falar sobre a gastronomia baiana, nesta terça-feira (12), em Salvador.

A ação integrou a 1ª edição do "Meu Negócio é Meu País", uma iniciativa criada para fomentar empreendimentos de mulheres pretas por todo o estado.

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O encontro foi realizado no restaurante Amalá, no bairro do Pelourinho, no Centro Histórico da capital baiana.

Entre as convidadas, estavam mulheres beneficiadas, além da jornalista e influenciadora Tia Má e a cozinheira Dadá, mulheres negras que são referência estaduais nos setores que atuam.


				
					Encontro debate ancestralidade e originalidade na gastronomia baiana
Fernanda Raizama. Foto: Aline Gama/iBahia

Durante o evento, Dadá reforçou a importância da discussão para o reconhecimento e fortalecimento de trabalhadoras que historicamente são a força culinária presente nas ruas de toda a Bahia.

"É muito difícil para nós mulheres negras empreender, pra mim foi difícil. Então, esse apoio é muito importante. Há milhões de mulheres negras que querem empreender e não conseguem", enfatizou.

Natural do Alto das Pombas, na capital baiana, Dadá tem uma história que remonta a trajetória de muitas outras mulheres negras e empreendedoras de Salvador. A cozinheira iniciou o negócio na área de forma simples, mas firme na mudança de vida.

Em depoimento dado no evento, a cozinheira falou sobre como o restaurante que administra atualmente foi uma das primeiras boas notícias relacionadas ao bairro e como isso mudou tudo.

Comparando o início de dia trajetória até o momento, a cozinheira concluiu que este tipo de iniciativa pode, de fato, mudar a vida de mulheres negras empreendedoras pelo estado.

"Para nós é seguir em frente, compartilhar essa energia e apoio. Hoje, para mim, é o momento mais feliz de minha vida", finalizou.


				
					Encontro debate ancestralidade e originalidade na gastronomia baiana
Foto: Aline Gama/iBahia

Endossando a fala de Dadá, Tia Má pontuou que o valor dessas mulheres para a movimentação da economia e a importância do papel que desempenham em cada comunidade é o que potencializa o apoio a este tipo de empreendimento.

"Empreender é a forma eficiente de assegurar o sustento e as mulheres pretas sempre fazem, desde que o mundo é mundo. Nossa dificuldade para conseguir um emprego formal resultou nessa capacidade de botar uma guia do lado de fora de casa e vender acarajé. Esse apoio de uma grande marca demonstra como essas mulheres fazem diferença na economia, é um trabalho de responsabilidade e devolutiva histórica", afirmou a influenciadora.

O encontro foi organizado pelas empresas Kuat e Coca Cola. A escolha de Salvador como palco das discussões foi explicada pela diretora regional da Solar Coca-Cola, Fernanda Raizama. "Salvador representa muito coisa, são mulheres empreendendo e promovendo essa agenda de transformação", pontua.

Histórias de vida

O trabalho guiado pela necessidade, o pioneirismo e a força são características que conectam as histórias das 30 empreendedoras negras presentes no evento. A inventividade transformada em negócio e sustento de vida foi o que levou essas mulheres a criar seus negócios e resistir à adversidades.


				
					Encontro debate ancestralidade e originalidade na gastronomia baiana
Foto: Aline Gama/iBahia

"Comecei a vender acarajé por necessidade. Fui mãe aos 14 anos e não tinha nenhuma renda. [Foi então] que comecei a trabalhar como ajudante de baiana de acarajé e me senti capacitada para procurar uma forma de montar meu próprio negócio. Consegui uma guia e agora estou aqui: sou mãe, avô e minhas filhas estão todas criadas graças ao acarajé", conta Renildes Bahia, baiana de acarajé de Vila de Abrantes, localizada na cidade de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador.

Histórias como essa se misturavam na trajetória de outras empreendedoras que participaram da iniciativa de fomento. Fosse na venda de acarajé, feijoada, bolinho de estudante, ou outras delícias típicas do Nordeste, e da Bahia, cada mulher reforçava com sua trajetória a força e resistência das mulheres pretas na vida e no mercado.


				
					Encontro debate ancestralidade e originalidade na gastronomia baiana
Foto: Aline Gama/iBahia

Para Sandra Nascimento, baiana de acarajé dona do tabuleiro Vixe Mainha, em Salvador, ter acesso a formações e especializações faz toda a diferença para empreendimentos tão tradicionais. "Mentorias dão força e reconhecimento. Hoje, mais do que nunca, eu tenho orgulho de dizer que sou baiana de acarajé", pontuou Sandra.

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