Estética negra: baianas discutem desafios do mercado de Salvador

O que vem à sua cabeça quando o assunto é estética negra em Salvador? De olho nas dificuldades e na demanda do mercado da capital baiana, o iBahia convidou quatro mulheres para discutir o tema: Tati Sacramento, jornalista, blogueira e YouTuber; a blogueira e maquiadora Verena Barros; a designer e turbanteira Thais Muniz e Rose Hapuque, blogueira e socióloga.

Rose Hapuque, blogueira e socióloga. Verena Barros, maquiadora e blogueira; Tati Sacramento, jornalista, blogueira e YouTuber; Thais Muniz, designer e turbanteira

De acordo com a a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), cresceu a participação de negros entre a população economicamente ativa da Região Metropolitana de Salvador (RMS): entre 2013 e 2014, o número passou de 91,7% para 92,4% na região. O levantamento do Sebrae revela que, atualmente, há 29.979 mil empreendedores individuais no setor de beleza, distribuídos entre cabeleireiros e outras atividades ligadas ao setor. Embora os dados divulgados pelos dois órgãos revelem o crescimento do consumo entre a parcela negra da população na capital e região, ainda há dificuldade em encontrar produtos específicos Durante a entrevista, a discussão que começou com as carências do mercado de beleza, revelou ainda que existem buracos mais profundos e delicados como as questões racial e identitária. Sobre a transição capilar, a blogueira e maquiadora Verena Barros falou sobre os depoimentos que recebe em seu blog. "O preconceito não é só do outro é interno. Eu recebo vários depoimentos de várias meninas dizendo que sofrem preconceito no trabalho e o maior medo delas é em relação ao cortar o cabelo. (...) E eu falo para elas, de quem é o cabelo? O cabelo é seu? Ele gosta de você ou do seu cabelo?", questiona.Confira, em vídeo, uma parte do que rolou durante essa conversa: [youtube 2IzR92Fs2j0] Sobre autoestima, a jornalista Tati Sacramento revela que se surpreendeu com os relatos das suas seguidoras. "Eu tive muito acesso à informação sobre a minha identidade étnica. Então, para mim, o cabelo era o acessório que fazia parte da minha natureza. (...) Então quando as meninas começaram a me mostrar que elas tinham vergonha do cabelo, que tinham dificuldade de se maquiar, não usavam batom, porque a boca era muito grande eu pensei que aquilo era muito sério. O que eu sou hoje eu devo ao fortalecimento da minha autoestima", reflete. Veja a seguir quatro dicas de beleza das especialistas para você se sentir mais poderosa:[youtube 9UQo9EeAsF0]