O jovem que foi agredido por um policial militar durante um procedimento de revista no último domingo (2), no bairro de Paripe, deu uma entrevista ao Jornal CORREIO, na qual deu detalhes sobre a violência sofrida.
"Estou com medo até de sair de casa, tenho receio que algo aconteça comigo e com a minha família", disse o adolescente de 16 anos ao jornal Correio. Ele revelou ainda que possui o estilo de penteado black power como forma de autoafirmação. É mais que moda, é a minha identidade negra que agora está ferida”, revelou o jovem. Durante a entrevista, ele disse ainda que pretende cortar o cabelo.
A mãe do filho, a diarista Carina Barros, de 32 anos, reforçou a vontade do filho. "Não quero mais que ele use. Isso nos traumatizou bastante. Dorme e acorda assustado", contou ela ao CORREIO.
O adolescente disse ainda, após o caso, ele não quer mais sair de casa. Penso que ele pode vir atrás de mim por causa do vídeo. Não estou saindo de casa para nada. Não tinha ideia que o vídeo pudesse causar tudo isso. Tenho muito medo que ele desconte tudo isso em mim", revelou ao CORREIO.
Durante a entrevista, ele disse se havia passado por alguma situação semelhante anteriormente. "Uso o corte há mais de um ano e nunca passei por isso, sequer fui alvo de comentários racistas, enquanto no domingo fui espancado", finalizou
O caso
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma abordagem policial agressiva em Salvador no último domingo (2), no bairro de Paripe. Nas imagens, o PM agride um jovem negro com murros e chutes e o insulta com frases de teor racistas. Toda situação foi gravada sem que o policial percebesse. A data e local do vídeo ainda não foram confirmados.
Ao ouvir o rapaz dizer que é trabalhador, o PM retruca: "Você pra mim é um ladrão. Você é vagabundo! Essa desgraça desse cabelo. Tire aí [o chapéu], vá! Essa desgraça aqui. Você é o quê? Você é trabalhador é, viado?". Assista:
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Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Portal iBahia (@portalibahia) em 4 de Fev, 2020 às 5:28 PST
Em nota, a assessoria da Polícia Militar informou a corporação "não preconiza com a violência e rechaça todo e qualquer tipo de conduta violenta". Além disso, confirmou que o vídeo será encaminhado para a Corregedoria-Geral da PM para ser analisado.
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Redação iBahia
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