A enfermeira Marinúbia Gomes considerou satisfatório o primeiro dia de julgamento da médica Kátia Vargas Leal Pereira, acusada de provocar a morte dos seus filhos, Emanuel e Emanuelle Gomes, em outubro de 2013. A sessão desta terça-feira (5) começou às 9h40 e só foi encerrada às 19h40, tendo como destaque os depoimentos de cinco testemunhas de acusação e mais cinco de defesa.
“Fiquei super satisfeita com o julgamento hoje. Correspondeu às minhas expectativas. Eu acredito e continuo com fé na justiça, que é só que nós queremos: a justiça. O que está em julgamento não é a pessoa Kátia Vargas, mas o fato. Ela pode ser até uma boa pessoa, mas o que está se julgando hoje é o fato, o acontecimento. Tenho fé na justiça. Estou tranquila”, declarou Marinúbia ao CORREIO, logo após deixar o Fórum Ruy Barbosa.
Antes de falar com a reportagem, ela foi abraçada por algumas pessoas, na saída, e chorou bastante. Pela manhã, Marinúbia ela já tinha falado com a reportagem sobre a expectativa para o julgamento. "A luta não é por vitória, é por justiça", comentou. Veja vídeo.
Para esta quarta está previsto o depoimento de Kátia Vargas. Logo depois vão falar a promotoria e, em seguida, a defesa da ré.
Ainda na saída do Fórum, o advogado da médica, José Luis Oliveira Lima, disse estar confiante na absolvição de Kátia Vargas e afirmou que os depoimentos das testemunhas de acusação foram contraditórios. Clique aqui para ver o que elas falaram.
Em contrapartida, o promotor Davi Gallo disse que considera certo que a médica será declarada culpada. “O julgamento se encaminha para uma condenação. Não vejo outra alternativa. Claro que vai depender dos jurados e dos debates que serão realizados amanhã (quarta) pelas partes, mas é o que nós esperamos: justiça”, declarou.
Ainda segundo ele, não houve contradição na fala das testemunhas de acusação. “Toda a prova que foi produzida ao longo desses quatro anos foi ratificada nessa data. Não houve nenhuma intercorrência. O que nos chamou a atenção é que depois de quatro anos, as testemunhas ratificaram o que falaram quatro anos atrás”, conclui, na saída do fórum.
O advogado assistente de acusação, Daniel Keller, também afirmou ter quase certeza da condenação de Kátia Vargas, diante dos encaminhamentos deste primeiro dia de júri popular. "São três pontos fundamentais nesse processo. A discussão, a perseguição e o impacto do carro na moto. O momento em que ela joga o carro na moto. Todos esses três pontos foram confirmados, hoje, pelas testemunhas", comentou.
Keller também criticou a atuação da primeira testemunha de defesa da médica. "Quanto às testemunhas de defesa, foi ouvido um assistente técnico contratado, pago por ela (Kátia Vargas), que apresentou aqui algumas conclusões baseada em um parecer feito por um outro assistente técnico contratado por ela. E qualquer pessoa leiga consegue entender que um assistente técnico contratado pela parte é uma pessoa extremamente parcial. Até porque ele mesmo declarou em plenário que ela pagou os honorários dele", disse Keller, citando o depoimento do perito Alberi Espindula. Ele criticou a tentativa dele de desqualificar o laudo produzido pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) da Bahia e pediu providências contra o profissional contratado pela defesa.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
Redação iBahia
AUTOR
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade