Amparada por amigos e parentes, na manhã desta sexta-feira, no Instituto Médico Legal (IML), a dona de casa Isabel Cristina Xavier Silva, 46, lamentou a morte do marido, Rafael dos Santos Souza, 58. “Foi surpresa saber que ele reagiu. Eu sempre falava para ele que em um assalto, nuca olhasse para os bandidos, que não reagisse e ele sempre foi de me ouvir”, conta Isabel.
Rafael foi morto durante assalto a um ônibus em Cajazeiras na noite desta quinta-feira. Segundo Isabel, ele sempre foi uma pessoa cautelosa quando saiam. “Era uma pessoa que estava sempre atenta para tudo, inclusive para essa questão de assalto. Sempre me chama atenção quando andava com a bolsa para trás”, diz.
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Ele trabalhava na Prosegur, empresa de segurança patrimonial, e estava a caminho de casa, em Fazenda Grande III, quando foi baleado duas vezes no bairro de Cajazeira VI, por volta das 19h. O filho dele, o funcionário público Maurício Nunes Souza, 32, conversou com o motorista e cobrador da empresa Integra.
Trio
Os rodoviários lhes contaram que os ladrões estavam em trio e que subiram em Águas Claras. O ônibus estava cheio e Rafael era uma das pessoas que estava em pé. “A voz de assalto foi dada pelo último quando ainda estava para registrar a catraca. Ele estava com um revólver”, conta Maurício. Em seguida, os bandidos se juntam para saquear os passageiros.
Em um determinado momento, houve uma confusão generalizada que os rodoviários não souberam explicar o que de fato aconteceu. Diante da situação de pânico, o motorista do ônibus parou o veículo e abriu as portas a pedido do cobrador e os passageiros começaram a sair desesperadamente.
“O que me contaram é que viram meu pai dominado por um dos ladrões que lhe aplicou uma gravata, mas ele conseguiu se soltar ao dar uma cotovelada da barriga do ladrão que o segurava”, conta Maurício.
Baleado
Foi nesse momento em que Rafael foi baleado. “Ele descia as escadas quando foi atingido nas costas e caiu debaixo do ônibus. A polícia informou que ele foi atingido também na cabeça”, relata Maurício. Um deficiente físico, que estava numa cadeira de rodas, foi atingido de raspão no braço.
Ainda de acordo com o filho de Rafael, os bandidos fugiram a pé. “Eles entraram na Rua do Óleo e sumiram. Os policiais recolheram 12 cápsulas de revólver calibre 38”, diz.
Rafael trabalhava na Prosegur há 18 anos e era casado com Isabel há 17 anos. Ele deixa três filhos, dois homens e uma mulher. O corpo dele será enterrado na manhã deste sábado. O local e horário ainda não foram definidos.
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Redação iBahia
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