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Funcionário que matou jovem em resturante no Cabula é preso

Adolescente de 17 anos foi morto no pomar do Restaurante Paraíso Tropical, no Cabula, onde autor do disparo cuidava de galos de até R$ 35 mil

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Redação iBahia

02/08/2017 às 14:46 • Atualizada em 01/09/2022 às 1:55 - há XX semanas
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Quase quatro meses depois que o adolescente Guilherme dos Santos Pereira da Silva, 17 anos, foi encontrado morto no quintal do famoso restaurante Paraíso Tropical, no Cabula, Fabilson Nascimento Silva, 31, foi preso e admitiu que foi o autor do tiro que matou Guilherme.

Fabilson, conhecido como Barriga, foi preso pela polícia na última sexta-feira (29) em Serra Talhada, Pernambuco. Nesta quarta-feira (2), Barriga foi apresentado pela polícia no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). De acordo com as investigações, a função de Barriga era cuidar da coleção de galos do chef Beto Pimentel, dono do restaurante.

Foto: Alberto Maraux/ Divulgação SSP

"O tiro não foi vontade minha, que Deus conforte a mãe dele", afirmou Barriga ao admitir que foi o autor do disparo que matou o adolescente. Guilherme tinha entrado no terreno, segundo a família, para pegar frutas. Barriga foi indiciado por homicídio e ocultação de cadáver.

Barriga confessou que matou o jovem com um tiro após ouvir passos, por volta de 17h30. "Quando ouvimos o barulho, saímos pra fora e foi ele (Beto) quem me deu a arma, mas o tiro foi acidental", disse Barriga, que contou, em depoimento, que ele e Beto haviam dado falta de três galos - um deles avaliado em R$35 mil. O animal ficava na área onde o corpo do adolescente foi encontrado.

A arma utilizada foi uma espingarda calibre 20. "Ele (Beto) me deu a arma e acabou tocando em mim, foi um acidente, eu não queria", enfatizou Barriga. Chorando durante a apresentação à imprensa, ele disse que trabalhava há dois anos com a carteira assinada pelo chef. De acordo com a defesa de Beto, Barriga havia sido contratado como galista - nome dado a quem cuida, cria e treina galos de briga.

"Eu sou um pai de família, trabalhador. Eu estou arrependido, mas agora estou aqui. Pensava em me entregar, mas estava trabalhando lá em Pernambuco". Barriga é casado e três filhas, além de outros dois filhos que recebem pensão do funcionário.

O delegado disse que duas equipes do DHPP se deslocaram para Pernambuco após investigação do serviço de inteligência terem identificado que ele estava lá.

Segundo o delegado Guilherme Machado, coordenador da 2ª Delegacia de Homicídios, em depoimento, Barriga admitiu que contou com a ajuda de outra pessoa para esconder o corpo do jovem.

"Ainda é prematuro dizer que Beto tem envolvimento. Foi Barriga quem atirou mas o inquérito ainda não foi concluído", destacou o delegado. Machado disse que Beto falou à polícia que a arma é de propriedade de um funcionário que teria deixado lá no estabelecimento.

A delegada Jussara Andrade, que também integra as investigações, destacou que a prisão de Barriga é temporária por até 30 dias. Segundo ela, é o tempo para concluir o inquérito. A delegada disse ainda que Barriga tem passagem no Centro de Acolhimento de Menores, quando ainda era adolescente, por homicídio.

Dono de restaurante nega que tenha entregado arma
Procurado pelo CORREIO, o advogado Alano Frank, que defende o chef, contou que após a prisão de Fabilson, Beto Pimentel foi novamente à delegacia e foi feita uma acareação sobre o que aconteceu no dia do crime.

"Ele esteve frente a frente com Fabilson, e os fatos foram se alinhando. Ficou comprovado que foi legítima defesa. Estava escuro e eles não conseguiam ver quem estava ali", disse o advogado.

Ainda de acordo com ele, Beto negou que tenha entregado a arma para o segurança atirar nos jovens que entraram na área do restaurante. "É uma incongruência essa informação", resumiu.

Apesar de não fazer a defesa de Fabilson, Alano disse ainda que o segurança fugiu porque tinha medo de morrer dentro da prisão. "Ele tinha medo de o menino ser sobrinho de um traficante, e ser morto por traficantes no presídio", contou.

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