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SALVADOR

Hotéis analisam proposta de cobrar até 60% da diária na Copa

Como as diárias para o Mundial estão variando entre R$ 500 e R$ 1 mil, a ideia é que as tarifas para a Copa das Confederações fiquem entre R$ 300 e R$ 600

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05/06/2012 às 13:31 • Atualizada em 27/08/2022 às 5:47 - há XX semanas
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O problema com os altos preços das tarifas cobradas por hotéis para a Rio+20 fez a Bahia despertar para o assunto. A Secretaria estadual de Turismo vai fazer uma reunião com o trade turístico amanhã para conversar sobre as tarifas praticadas durante a Copa das Confederações, em 2013. Já existe até uma proposta inicial, do próprio trade turístico, de cobrar 60% do valor das diárias que já foram fechadas com a Fifa, responsável pelo evento, para a Copa do Mundo 2014. Como as diárias para o Mundial estão variando entre R$ 500 e R$ 1 mil, a ideia é que as tarifas para a Copa das Confederações fiquem entre R$ 300 e R$ 600. "No Rio, eles bloquearam apartamentos, cobraram caro e agora estão com apenas 82% da ocupação. O que queremos é entrar em um consenso sobre os preços, mas o que faremos é uma recomendação, ou seja, será uma conversa de cavalheiros", explica Silvio Pessoa, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Salvador (Sindihotéis). Pessoa destaca que não existe uma determinação de preços das hospedagens, já que o mercado é livre, mas a ideia de que o trade se organize para não acontecer o mesmo que no Rio de Janeiro. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-BA), José Manuel Garrido, confirma que não adianta querer cobrar alto demais, já que isso até causa um efeito negativo para a imagem da cidade. "Um percentual de até 50% das tarifas que serão praticadas na Copa do Mundo já é muito bom para a Copa das Confederações, que é um evento de menor porte", alerta. Para ele, está será uma boa oportunidade para o turista do interior do estado ver uma seleção jogar. Já para a professora de Turismo da Uneb, Emília Salvador, a medida de adiantar o assunto para não ter o mesmo problema do Rio é bem vinda. "É positivo que o governo trabalhe junto com o empresariado para se ter uma tarifa descente", diz. Ela lembra outro caso, na virada do milênio (1999-2000), quando vários países cobraram tarifas altíssimas e o turista resolveu não viajar. "Este aumento de preço na época de um grande evento é normal, mas tem limite. Porque o turista não gosta de ser explorado e pode acabar sendo afugentado", salienta. Já a supervisora da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor - ProTeste, Polyanna da Silva, diz que estas situações abusivas acabam até com a credibilidade do evento. "Sabemos que esta oscilação em razão da demanda é normal, mas não pode haver uma abusividade de preços". O secretário estadual de Turismo, Domingos Leonelli, reforça que o objetivo do governo é tranquilizar aqueles que queiram vir a Salvador e atrair aqueles que estejam em dúvida para a Copa das Confederações. "É simpático para a Bahia e antecipar este tema nos coloca em uma posição boa na disputa de mercado", acrescenta Leonelli. Rio de Janeiro sofreu com preços altos Ficou feio para o Rio de Janeiro e, consequentemente, para o Brasil. Ainda em maio, antes da intervenção do governo federal nas tarifas dos hotéis para a Rio+20, um dos poucos hotéis que ainda tinha vaga, cobrava tarifas de R$ 2.263, enquanto uma semana após o evento seu preço caia para R$ 431. A diferença é de quase cinco vezes mais. Com a chegada de várias delegações estrangeiras na cidade e uma única operadora credenciada para vender os pacotes, a euforia levou o setor a elevar o preço de forma considerada abusiva. O resultado final foi um tiro no pé. Delegações começaram a cancelar os pacotes - em um cenário de crise das principais potências mundiais - e a imagem do país ficou comprometida. Faltando pouco mais de dois anos para o Brasil sediar a Copa do Mundo 2014, a situação ficou desconfortável para o país. Então, no dia 16 de maio, o governo federal anunciou um acordo com o setor hoteleiro do Rio de Janeiro para reduzir em pelo menos 25% as tarifas de hospedagem, durante o período da conferência Rio+20. Na ocasião, a própria Casa Civil da Presidência da República divulgou nota afirmando que o acordo deverá garantir redução de 25% até 60% no custo da hospedagem. O termo foi firmado entre a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (Abih-RJ), a agência operadora do evento, a Terramar, representantes de várias redes hoteleiras e o governo – representado pela Casa Civil e pelos ministérios da Justiça, das Relações Exteriores e do Turismo. Foi necessário o fim do comissionamento cobrado pela operadora sobre as diárias das comitivas e da obrigatoriedade de compra de pacotes com diárias mínimas entre 12 e 19 de junho e entre 12 a 23 de junho. Uma semana antes da medida do governo federal, o Parlamento Europeu havia cancelado a vinda de 11 delegações, e cobrou uma atitude do secretário-geral da Conferência Rio +20 contra a abusividade.

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