A nova medida adotada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba) para o acesso de pessoas ao campus de Salvador, no Barbalho, gerou crítica e acusações de alunos do curso de graduação. Em contato com o iBahia e através das redes sociais, os estudantes acusam a Instituição de não ter tido diálogo prévio com os alunos e de não adotarem a mesma medida para homens e mulheres.
Em nota à publicação, o Ifba informou que as normas entraram em vigor desde o dia 6 de outubro deste ano, e que “foram colocadas em vários espaços físicos e digitais à disposição da comunidade interna para sugestões”. E continua: “O conteúdo do documento foi amplamente divulgado em todos os pavilhões de aulas, encaminhado para a lista de discussão do campus, chefes de departamentos e coordenadores de cursos”.
Já de acordo com os estudantes, a medida não foi discutida nem apresentada de forma clara pela Instituição. “Se houve diálogo não foi com alunos. E se houve com professores, nenhum disse nada para mim”, garantiu uma estudante de graduação em Engenharia Mecânica.
A Instituição assegurou também que irá “apurar as questões de abuso relatadas pelos estudantes”, em resposta às acusações de que os seguranças da Instituição cobram, por exemplo, que mulheres usem roupas a baixo do joelho, enquanto homens entram de short curto. “Tiveram mulheres que chegaram a serem retiradas da sala. Já ontem um colega homem estava de short e sandália e disse que não passou por nenhuma situação”, contou um outro estudante.
Ainda segundo a nota divulgada pelo Ifba, a nova medida “têm a finalidade de procurar garantir o controle e a proteção da diversidade de públicos que frequenta a instituição”. E, dentre as soluções, os “critérios de vestimentas servem como procedimentos para identificação e diferenciação de cada público, controle de indumentárias inadequadas ao ambiente educacional e repartição pública”.
No grupo público do Facebook “IFBA”, um grupo de estudantes programou uma manifestação em protesto à medida que, segundo eles, vão “de contra ao conceito democrático, não podemos aceitar esse retrocesso”. O protesto está marcado para a próxima terça-feira (3/11), às 17h, na portaria do campus de Salvador.
Confira trechos da resposta da Diretoria Geral em exercício do Ifba, Lybia Rocha dos Santos:
“[...]São mais de cinco mil alunos, dos mais variados cursos e faixas etárias – incluindo menores a partir de 13 anos -, além de centenas de servidores (professores e técnicos administrativos), prestadores de serviço contínuo e temporário, entre outros. O IFBA sente-se responsável por zelar e salvaguardar a todos os que circulam em seu espaço institucional.
A adoção de crachás, fardamento para os cursos técnicos integrados (camisa branca ou preta), como também critérios de vestimentas servem como procedimentos para identificação e diferenciação de cada público, controle de indumentárias inadequadas ao ambiente educacional e repartição pública, além de configurar mais uma ação de segurança, aliada a circuito fechado de televisão e vídeo, bem como a ação dos vigilantes.
[...] Dessa forma, os estudantes que tiverem comentários, dúvidas ou reclamações a fazer em relação ao acesso ao campus de Salvador do IFBA devem se dirigir à Diretoria de Ensino ou à Diretoria Adjunta Pedagógica e de Atenção ao Estudante. Demais públicos devem se reportar à Diretoria de Administração”.
*Sob orientação e supervisão de Aline Caravina
Aviso foi colocado na portaria da faculdade sem comunicação prévia, garante estudantes. Foto: reprodução |
"Você não pode entrar aqui mostrando esses braços assim", ouviu uma estudante que usava blusa de alça. Foto: acervo pessoal |
Convite para manifestação já conta com 180 curtidas nas redes sociais. Foto: reprodução |
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