Uma equipe de fiscalização do Instituto do Meio Ambiente (Inema) identificou duas irregularidades na iluminação da orla de Stella Maris, em Salvador. Moradores da região denunciaram o aparecimento de filhotes de tartarugas marinhas desorientadas no calçadão.
O Inema fez a inspeção na segunda-feira (24), no trecho entre Stella Maris e Ipitanga, em conjunto com o Centro Tamar do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio).
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A bióloga e especialista em Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Inema, Tatiana Dias, informou que durante a inspeção foram identificadas as seguintes irregularidades: iluminação intensa e direcionada para a praia e destruição da vegetação nativa de restinga.
Segundo a especialista, essas duas questões podem causar desorientação nos filhotes e afetar o ambiente de desova de maneira direta. Após a inspeção, será emitida notificação com recomendações técnicas aos responsáveis pela requalificação urbana no trecho.
De acordo com o Inema, a fotopoluição é uma ameaça para as tartarugas marinhas, pois elas usam a luz da lua para se orientar na praia, e a luz artificial pode desorientá-las. Essa ação leva os animais a se afastar da água ou caminhar para áreas perigosas.
Entenda
Cerca de oito filhotes de tartarugas marinhas foram encontrados no calçadão da Orla de Stella Maris, em Salvador, no último dia 18. Os animais estavam tentando chegar ao mar. Caso foi registrado por um morador que enviou as imagens à TV Bahia. Veja vídeo:
A orla de Stella Mais foi revitalizada no início de 2022 e contou com uma nova iluminação de LED, que pode atrapalhar a orientação desses animais . Ao g1, o biólogo Welligton Laudano pontuou que a orientação é de que as luzes utilizadas sejam amarelas, ao invés de brancas como é o caso da Orla de Stella.
Além disso, ele destaca que as luzes devem estar posicionadas para o chão, na tentativa de criar um efeito blackout. "Ao nascer, as tartarugas se direcionam pela luz da lua e o barulho do mar. Se na praia há alguma iluminação mais forte, esses filhotes vão seguir", ressalta o biólogo, uma vez que as tartarugas fêmeas e os filhotes utilizam a luz do horizonte como forma de se guiar e ficam confusas com as iluminações artificiais.
O biólogo, que atua no projeto Amar, de monitoramento e preservação de animais marinhos no sul da Bahia, pontuou ainda que o correto seria que as praias estivessem no escuro. Perdidos, os filhotes de tartaruga podem morrer, o que prejudica o trabalho de preservação das tartarugas marinhas.
Estima-se que emapenas em Salvador, durante o período de desova, 250 ninhos sejam encontrados. Cada um deles pode conter de 80 a 100 animais, o que resulta no nascimento de ao menos 20 mil novos filhotes por temporada.
Redação iBahia
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