O prefeito ACM Neto inaugurou, nesta quinta-feira (12), a requalificação do Jardim Botânico de Salvador, situado no bairro de São Marcos. O local é uma importante área de estudo, manutenção e conservação da Mata Atlântica na capital baiana. O Jardim Botânico está disponível à visitação do público, sempre de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Para evitar aglomerações devido à pandemia de Covid-19, não serão agendadas visitas com turmas ou grupos escolares.
Durante a entrega, o prefeito ressaltou que a área, situada no miolo da cidade, tem uma beleza natural muito impactante, mas estava abandonada. “Essa é uma área muito adensada que felizmente conseguiu preservar um pedaço de Mata Atlântica que nos traz vida, riqueza e beleza, mas que estava abandonada. Agora, esse é um espaço de estudo e de pesquisa, portanto, um espaço fértil para a educação, servindo desde às crianças até os acadêmicos e universitários. Por outro lado, essa é mais uma área pública voltada para o cidadão, assim como os outros parques, a nova orla e os novos campos e praças”.
O projeto de requalificação do Jardim Botânico foi elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) e as obras coordenadas pela (Seinfra). Todas as intervenções do projeto tiveram como objetivo a ampliação da estrutura física atual e, em especial, a proteção do herbário existente no local, que é administrado pela Secretaria de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis).
A cerimônia de inauguração, voltada para a imprensa, contou ainda com a presença da presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), Tânia Scofield, do titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Luciano Sandes, e do secretário de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis), João Resch.
Com valor ambiental inestimável para o município, o espaço tem cerca de 61 mil espécies vegetais em 160 mil metros quadrados de área. “As pessoas podem consultar as espécies aqui, não só da Mata Atlântica, mas também do Cerrado e Caatinga. Isso aqui eu digo que é um laboratório vivo. Esse fragmento de mata está aqui desde o início da nossa história, então só vem se recompondo, e é uma área que recebe muitos estudantes para a realização de pesquisas. Nós temos um viveiro de mudas, vamos ter um museu e conseguimos implementar um meliponário de abelhas da espécie Uruçu, que não têm ferrão e estão na lista vermelha de extinção”, contou o secretário João Resch.
No local também estão em exposição para entrega aos visitantes algumas mudas de espécies nativas frutíferas, utilizadas na culinária e medicinais, a exemplo do Cajueiro, árvore de Aroeira, Pitanga e Urucum.
Estrutura – A primeira mudança já é percebida na guarita de acesso, que possui fachada vegetal, além da pavimentação asfáltica e novos postes de iluminação em LED no acesso e criação da área de estacionamento. Com área total construída de 2,2 mil m², o prédio principal possui quatro pavimentos.
No subsolo, são encontrados vestiários, copa, depósito, estufa, sala de ar condicionado e sanitários. No andar térreo está o auditório com capacidade para 47 pessoas, conectado com o foyer e o espaço semicoberto para atividades diversas com arquibancada. O espaço digital, com expositivos voltados à educação ambiental, além de hall de exposições e sanitários, também fazem parte deste andar.
O primeiro pavimento tem área vegetal descoberta de onde é possível avistar a copa das árvores, ou seja, a parte aérea da vegetação local. Também estão no primeiro andar o setor de programas e pesquisas, laboratórios, setor de coleções vivas, setor de acervo científico, salas administrativas, sala de curadoria, herbário, espaço de reuniões, copa/café e sanitários. Por fim, a cobertura – vegetal – possui área calçada que permite o acesso e vista para a área externa.
A trilha elevada de 795m de extensão pela mata é delimitada por guias de concreto e, ao final, é encontrado um pavilhão revestido com madeira. A antiga caixa d’água foi recuperada e foi transformada em uma obra de arte, após intervenção do artista plástico Bel Borba.
O viveiro de plantas também passou por intervenção e foi criado um pavilhão de observação da natureza e viveiro. O entorno ganhou paisagismo com grama e vegetação nativa da mata existente em mais de 4 mil m², recuperação de calçadas e paisagismo.
Etnobotânica – Por etnobotânica entende-se o estudo das relações das sociedades humanas com a flora local. No caso da Bahia, essas relações estão fortemente presentes. O Jardim Botânico de Salvador é uma das áreas da cidade que abrigam um espaço etnobotânico voltado à proteção e ao cultivo de espécies utilizadas em cultos afro-indígena-brasileiros, além de vegetais ameaçados de extinção.
Preservação – Com a requalificação, o Jardim Botânico será uma das referências de área verde preservada no Brasil. A estrutura está ao lado de outras revitalizadas pela Prefeitura, a exemplo do Parque da Cidade, no Itaigara, e o Parque da Lagoa dos Pássaros, no Stiep, além do Parque da Pedra de Xangô, em Cajazeiras – este com obras em andamento. Essas intervenções nos parques estão inseridas no Plano de Desenvolvimento Urbano de Salvador (PDDU) e fazem parte das políticas de preservação ao meio ambiente da cidade.
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Redação iBahia
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