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Lavagem do Bonfim reúne multidão em Salvador

Baianos e turistas comprovaram que quem tem fé vai a pé, em um percurso de 8km rumo a Colina Sagrada

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12/01/2012 às 21:06 • Atualizada em 27/08/2022 às 4:22 - há XX semanas
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Entre o Senhor do Bonfim e Oxalá, entre os ritmos musicais distintos e o gingado da porta-bandeira, entre a inovação e ousadia do protestos e a tradição do desfile dos Filhos de Gandhi e do Ilê Aiyê, a Lavagem do Bonfim, nesta quinta-feira (12), em Salvador, festejou o sincretismo, a mistura do povo baiano e dos milhares de turistas de passagem pela cidade. Já passava das 9h, quando, debaixo de um sol intenso e de um calor que beirava o insuportável, o cortejo de baianas e a comitiva do governador Jaques Wagner deram início ao trajeto na Igreja da Conceição da Praia, na Cidade Baixa, rumo a Colina Sagrada, no Bonfim. Nas avenidas, ruas e becos, um multidão, que vista da parte de cima, do Elevador Lacerda, parecia interminável, se preparava para a caminhada de quase 8 Km. Por todos os lados, a cidade foi tomada pela alegria, por fantasias, pela irreverência, pela música e pela devoção ao santo. Para seguir o percurso, opções e grupos não faltaram. Do maracatu de Recife (PE) ao samba-reggae, passando por blocos do Recôncavo Baiano e pela velha fanfarra, os devotos seguiram agradecendo, fazendo pedidos ou simplesmente celebrando o momento. Como já é de costume, os partidos políticos saíram na frente e, a julgar pela animação e confiança da militância, o ano eleitoral definitivamente começou. Veja também Baianas e povo de santo levaram cor e graça ao cortejo. Veja fotosApós suspensão de liminar, jegues desfilam na lavagem do Bonfim Liberado para desfilar, jegue atrai atenção de baianos e turistas na Lavagem do Bonfim Estudantes fazem protestos contra reajuste da tarifa de ônibus; Veja vídeo Escola de samba Portela marca presença na Lavagem do Bonfim Personagens inusitados marcam presença no cortejo do Bonfim Fiel enfrenta fila no Elevador Lacerda para assistir ao cortejo Tricolores participam do cortejo em homenagem ao Senhor do Bonfim Filhos de Gandhi participam do Bonfim ao som do Ijexá Governador e vice-prefeito participam do cortejo do Senhor do Bonfim Símbolo de fé e devoção, fitinha do Bonfim representa desejos de baianos e turistas Logo depois, grupos de percussão, fanfarras, movimentos sociais , blocos afro, microtrios e carros de som fizeram a parte profana do dia acontecer. E, uma vez iniciado o batuque, o fiel rapidamente se transforma em folião e a cena vista passa ser mesmo de carnaval. "É uma festa do amor, da paz e da liberdade. Então, vim vestido de Papa para espalhar um pouco dessa alegria, mostrando um pouco da diversidade que a gente vive", afirmou o auxiliar administrativo, Alan Santos. A funcionária pública Gildete Lima também aproveitou o dia para inovar. Depois de desfilar três vezes como baiana oficial, decidiu readaptar o figurino. "Sou uma baiana do Brasil. Cada parte do que visto tem um pouco do país. Tem até a faixa presidencial de Dilma", brinca. E seguindo o roteiro das festas de rua na Bahia, figuras excêntricas costumam cruzar o caminho, "bulir" e depois desaparecer. Foi assim que em dois minutos o baiano Bon Jovi, como se identificou para a reportagem, posou para a foto, arriscou no inglês ( "Do you have money? Are you a journalist? / Você tem dinheiro? Você é um jornalista), dançou o frevo, quando o ritmo do momento era reggae, e se perdeu na marcha. A volta dos jeguesA polêmica em torno da presença de jegues durante o percurso voltou com força nesta Lavagem. Dias antes, uma liminar havia proibido mais uma vez a participação dos animais no Cortejo. No começo da manha desta quinta, entretanto, começaram a circular rumores de que a decisão havia sido invalidada. "Até o momento, só escutei a conversa, mas ninguém sabe se foi realmente liberado. Agora, a festa está bonita assim, sem os animais. Quer ir de carona, vai no carro que é uma máquina e não sofre", disse a advogada e representante da ONG Terra Verde Viva, Ana Rita Tavares. Como o esperado era de que a proibição se mantivesse, poucos jegues circularam pela Lavagem. E os que se arriscaram tiveram que cruzar a multidão de forma desordenada. Cordas Em menor quantidade e sem os devidos equipamentos, as cordas também fizeram parte da Lavagem. Nos Filhos de Gandhi, os associados estavam protegidos por um cordão de isoladamente e o público teve mesmo que ver o tapete branco com um pouco mais de distância. Minutos depois, o bloco Bola Cheia praticamente tomou conta da Avenida Jequitaiá. Apesar da grande quantidade de associados e da extensão, os cordeiros estavam sem as luvas, bonés e requisitos necessários para suportar a larga caminhada.Em contrapartida, uma das grandes sensações foi a volta do Micro-Trio para os festejos. Criado em 1996 por Ivan Huol, o menor trio elétrico do mundo promoveu euforia ao resgatar os clássicos do carnaval baiano, como Pombo Correio, Atrás do Trio Elétrico, Chuva, Suor e Cerveja, É D’Oxum e Chão da Praça. De crianças à idosos, o coro até a chegada foi realmente forte. Confira as fotos.

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