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SALVADOR

Lojas de bairro têm itens 7% mais baratos do que hipermercados

João Claudio Nunes, da Abase, ressalta que a localização e o conforto estão entre as principais vantagens dos mercados menores

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28/12/2015 às 8:37 • Atualizada em 01/09/2022 às 7:24 - há XX semanas
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Grandes supermercados ou lojas de bairro? Você já deve ter se perguntado qual é a melhor opção para fazer as compras. Apesar de depender do que cada consumidor procura, os produtos comprados em mercadinhos são até 7% mais baratos do que em supermercados grandes. O levantamento é da Associação do Movimento das Donas de Casa e Consumidores (MDCCB-BA). O varejo em Salvador e Lauro de Freitas, segundo a Associação Baiana de Supermercados (Abase), é formado basicamente por pequenos negócios. Das 2.862 unidades em operação, 91,86% são lojas com até dois balcões de pagamento. A tendência é que os preços nos minimercados fiquem ainda mais competitivos em 2016.

Elisangela Silva roda a cidade em busca dos melhores preços. Parte dos itens ela compra em atacado e a outra é adquirida no mercado do bairro (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)

“Hoje, estes pequenos empresários já estão organizando centrais de compra e se juntam para adquirir não só produtos com um fornecedor, como também itens para propaganda, e economizar”, explica o presidente da Abase, João Claudio Nunes. Segundo ele, os mercados de bairro apresentam preços mais baixos hoje porque ganharam escala na compra dos produtos. Apesar do setor de supermercados estimar queda de 2% nas vendas em relação ao ano anterior, na Bahia, os mercadinhos estão em alta. “Existe um movimento de fortalecimento destas lojas. Isso tem a ver com o avanço dos negócios e o aumento da procura por comodidade”. Mais em conta Para a presidente regional da MDCCB-BA, Selma Magnavita, os mercados de bairro geralmente vendem os produtos básicos mais baratos do que os supermercados . “O preço chega a ser de 5% até 7% mais barato. Varia de acordo com o item. Legumes e verduras são mais em conta. Já o preço de outros itens, como carne e industrializados, não é tão diferente”. Ela ressalta que pesquisar preços é fundamental. “Dentro do próprio estabelecimento há diferença entre as marcas ofertadas”, diz. Onde comprar? A estratégia da artesã Elisangela Silva, de 36 anos, para economizar nas compras envolve pesquisa e um roteiro bem longo. Elisangela roda a cidade em busca dos melhores preços. “Os melhores dias para comprar são no final do mês. Mas, como recebemos no dia 1º, fazemos as compras até o dia 5”, conta. Ela reveza a carona com a irmã ou a mãe. Elisangela sai do bairro de Vista Alegre, onde mora, e começa seu trajeto passando pelo Extra, depois Atakarejo, e, se souber de alguma promoção, acaba passando no Gbarbosa ou Bompreço. A artesã sabe de cabeça em quais dias cada supermercado dá descontos. “No Extra, gosto de comprar calabresa e sabão em pó. Já sei que são mais em conta. Quando o preço não está bom, compro no Atakarejo. Já tenho a base e só pego o que vejo que está realmente bom”. A maioria das compras ela prefere fazer no atacado. “Às vezes a gente está no Atakarejo e aí alguma pessoa fala que tal produto estava mais barato em outro. Aí vou atrás”, revela. Ao contrário da artesã, a técnica em nutrição Rebeca Rabelo, 25, só faz compras no Mercado da Família, que fica em Pituaçu, onde mora. Ela gasta cerca de R$ 400 em compras por mês. “É mais barato. Se fosse em mercado grande, a diferença seria de, pelo menos, R$ 80. Além de ter promoção alguns dias, o mercado tem um carro que traz as compras em casa. Quando vejo que o preço não está muito legal, prefiro comprar em feiras livres, por exemplo”, conta. “Quando a gente compra em hipermercado, a gente se empolga e acaba comprando o que não precisa”, confessa. Há quem percorra ainda mais. A professora aposentada Claudia Ribeiro sai do Campo Grande e vai fazer compras em Periperi. “Vou lá toda semana para comprar tudo. Já coloquei na ponta do lápis e economizo uns R$ 300 mesmo pagando a gasolina para ir lá”, comenta.

Localização e conforto João Claudio Nunes, da Abase, ressalta que a localização e o conforto estão entre as principais vantagens dos mercados menores. “Os preços dos hipermercados e das lojas de bairro são parecidos. Por isto, depende muito do que o cliente quer. Quando o consumidor vai para um supermercado maior, a tendência é que ele perca mais tempo. Entretanto, as grandes redes oferecem um mix maior de produtos. Já a compra na loja menor é mais rápida e o atendimento mais próximo do cliente”, compara. Ele revela que, no próximo ano, o foco da instituição será investir na profissionalização do serviço dos pequenos negócios. “Estamos trabalhando na qualificação destes empreendimentos. A única forma de fidelizar cliente é prestando um serviço de qualidade”. Além da proximidade, o coordenador de comércio e serviços do Sebrae Bahia Ítalo Guanais acredita que o atendimento e conveniência destes mercados menores atraem cada vez mais clientes. “Estudos indicam que o consumidor não busca só o melhor preço. Ele tem uma relação forte com o atendimento. As pessoas não têm mais o hábito de estocar o alimento como antes”, fala. Guanais ressalta que o seguimento de varejo e alimento nos mercadinhos de bairro impacta fortemente na sociedade, pois gera muito emprego e renda. “Esse segmento tem crescido bastante porque a questão tempo e conforto é fundamental na vida das pessoas. Acompanhando isso, há uma estratégia dos grandes supermercados de abrir filias menores, em bairros, porque já perceberam que, se não fizerem isto, vão perder clientes para os mercadinhos de bairro”, revela Guanais. Especialistas dão dicas para economizar no mercadoA principal forma de poupar dinheiro nas compras de supermercado é evitando desperdícios. Pelo menos é o que acredita a educadora financeira da DSOP Cintia Senna. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Akatu, organização que atua na mobilização para o consumo consciente, aponta que é possível economizar pelo menos 30% por mês nas despesas com o mercado. A primeira dica da educadora financeira é que o consumidor não vá fazer compras com fome. Outra recomendação é levar uma lista de compras, com quantidade exata do produto e, se possível, uma estimativa de quanto custa. “Faça um diagnóstico de seu consumo e estipule metas de gastos. Quando for às compras, carregue a calculadora. Ela te ajudará a evitar surpresas”, afirma Cintia. A economia nas compras pode estar ainda em produtos de outras marcas. Segundo a presidente da Associação do Movimento das Donas de Casa e Consumidores (MDCCB-BA) Selma Magnavita, uma boa forma de economizar nas compras é juntar um grupo de pessoas e comprar em atacado. “A partir de seis pessoas, comprar no atacado pode valer mais a pena do que em supermercados. Se reúnam, façam a lista conjunta, comprem”, sugere. Esta estratégia pode garantir uma economia de 30% a 40% no orçamento doméstico voltado para compras. “Se as pessoas fizessem esse exercício de economizar, iria sobrar mais dinheiro para fazer outras compras ou até para poupar”, afirma.
Correio24horas

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