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Mãe de criança morta por viatura policial continua internada e PMs são liberados

A garota, identificada como Vanessa Lima, de apelido Clarinha, morreu na hora

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08/08/2011 às 11:13 • Atualizada em 29/08/2022 às 16:00 - há XX semanas
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Os policiais militares envolvidos no acidente que resultou na morte da pequena Vanessa, de apenas cinco anos, em Boa Vista de São Caetano, foram liberados do Hospital Agenor Paiva na manhã desta segunda-feira (8), de acordo com informações da assessoria de comunicação da Polícia Militar. Já segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), a mãe da vítima, Laildes dos Santos Lima, 34, que também foi atingida, segue internada no Hospital Geral do Estado (HGE), onde ficará em observação por mais 24 horas. Entenda o caso (matéria de Ronney Argolo) Cícera Trajano, 29 anos, moradora da Boa Vista de São Caetano, denunciou que apanhava do marido. Foi atendida por três policiais militares que decidiram levar a vítima e seu filho em um veículo da PM até a 4ª Delegacia. No caminho, o carro atropelou uma mulher e uma criança de cinco anos. A garota, identificada como Vanessa Lima, de apelido Clarinha, morreu na hora. A mãe dela, Laildes dos Santos Lima, 34, está internada no HGE. O acidente aconteceu às 14h30 de ontem, na ladeira da Boa Vista de São Caetano. O PM que dirigia o veículo, Jacilando Silva de Araújo, foi internado no Hospital Agenor Paiva em estado de choque, junto com o sargento Valdomiro Almeida da Silva, que o acompanhava. O terceiro policial, José Carlos de Freitas, que também estava no carro, não foi hospitalizado e prestou depoimento no mesmo dia. Ele não quis dar declarações. Todos são lotados na 9ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) de Pirajá. Aniversário Cícera, a vítima de violência doméstica que estava a caminho da delegacia, não soube explicar a causa do acidente. “Estava muito lenta a viatura. De repente vi as duas na frente, vi a bebezinha voando. Ele (o motorista) não dormiu, estava conversando comigo”, afirmou Cícera. A área onde aconteceu o acidente foi isolada por policiais militares até a chegada da perícia. Sílvia Letícia, moradora do bairro, disse ter testemunhado o acidente. “A viatura estava lenta. Acho que o problema é que a criança estava andando na rua, não no passeio. Quando o carro pegou, ela bateu a cabeça no meio fio”, relatou. O corpo de Vanessa permaneceu coberto por um lençol. Segundo moradores da vizinhança, ela estava indo para uma festa de aniversário com a mãe quando foi atingida. O aniversário da própria garota estava perto: seria ainda este mês, no dia 17. Laildes, a mãe da menina, trabalha como técnica de enfermagem do Hospital São Jorge, em Roma. Desespero O acidente causou revolta entre moradores do bairro. Um coro de dezenas de pessoas pedia “justiça” diante das viaturas que isolavam o lugar onde a garota foi atropelada. Outros reclamavam da estrutura do bairro e da falta de segurança pública. A perícia técnica só apareceu às 16h30. Antes, chegaram o pai, conhecido na região como Duca, e uma tia-avó da menina. “Eu quero minha neta, Clarinha, minha neta amada”, gritava bastante abalada a tia de Laildes, que chamava Vanessa de neta. O pai se desesperou ao ver o corpo da filha, chorava muito e teve de ser amparado. Luciana Oliveira, outra tia da garota, tinha combinado de ver Laildes e Vanessa no mesmo dia. “Ela era minha sobrinha, ia encontrar comigo”, disse, emocionada. Inquérito O delegado plantonista Luís Coutinho dos Santos ouviu, ainda ontem, Cícera Trajano e José Carlos de Freitas, policial que estava na viatura. Os outros dois envolvidos só vão prestar depoimento depois de receberem alta. Além do inquérito conduzido pela 4ª Delegacia, a Corregedoria da PM também vai investigar o caso. Em nota oficial, a Polícia Militar afirmou que “a PM lamenta o ocorrido e reafirma que adotará todas as providências para o esclarecimento do caso”. A nota da PM diz ainda que, de acordo com Cícera, o veículo seguia “em velocidade moderada quando mãe e filha chocaram-se contra a viatura”. Eles deverão prestar depoimento para o inquérito policial que corre através da Corregedoria da Polícia Militar e para o processo de investigação em andamento na Polícia Civil, através da 4° delegacia, onde responderão na Justiça comum. O soldado Jacinaldo Silva de Paiva, que dirigia o veículo, e o sargento Valdomiro Almeida da Silva estavam internados com quadro de estado de choque desde a tarde de domingo (7), quando ocorreu o acidente na rua José Ribeiro, no bairro de São Caetano. Vanessa dos Santos Cardoso de Lima morreu na hora e a mãe dela, Laíldes dos Santos Lima, de 33 anos, foi levada em estado de choque para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde permanece internada. Na carona do veículo também estava o soldado José Carlos de Freitas. Os três prestavam socorro a uma mulher, que foi agredida pelo marido. “Eles tinham ido ajudar uma ocorrência e no retorno, quando viram, foi o choque da senhora e da criança com a viatura”, descreve o policial militar Jamerson Santos, que estava no local.

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