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Caso Lucas Terra

Mãe de Lucas Terra comemora condenação de pastores: 'Justiça'

Pastores foram condenados a 21 anos de prisão pela morte do adolescente

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Redação iBahia

28/04/2023 às 7:38 - há XX semanas
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					Mãe de Lucas Terra comemora condenação de pastores: 'Justiça'
Foto: Reprodução / TV Bahia

Marion Terra, mãe de Lucas Terra, adolescente queimado vivo e abandona do terreno baldio de Salvador, em 2001, comemorou a condenação dos pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva. As informações são do g1 Bahia.

A sentença foi anunciada pela juíza Andréia Sarmento, por volta das 21h30 desta quinta-feira (27). O julgamento começou na última terça-feira (25) e teve duração de três dias.

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Os pastores foram julgados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Além disso, houveram três agravantes: o motivo torpe, o emprego do meio cruel e a impossibilidade de defesa da vítima.

A setença, porém, cabe recurso em três instâncias: Tribunal de Justiça da Bahia, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal.

Emocionada, Marion Terra lembrou do marido, Carlos Terra, que morreu em meio à luta para que o julgamento ocorresse. Ele faleceu em 2019, após uma parada respiratória.

“Hoje [quinta, 27] foi o dia da minha vitória. Eu quero agradecer a todos da imprensa, que incansavelmente nunca se calaram, nunca foram omissos, sempre foram a nossa voz. Essa vitória não é só minha, não é só do Carlos, não é só do Lucas, essa vitória é de todas as mães da Bahia", iniciou.

"De todos os jornalistas, de todas as famílias que, muitas vezes, perdem os filhos e se deparam com poderosos economicamente, e levam 22 anos, como nós levamos, e às vezes nem têm direito à justiça”, seguiu Marion.

“Estou muito emocionada, muito mesmo, pelo Carlos, pelo Lucas. Depois de 22 anos, essa é a justiça que eu tanto esperava, que eu queria. Eu queria vê-los condenados”, finalizou a mãe de Lucas Terra.


				
					Mãe de Lucas Terra comemora condenação de pastores: 'Justiça'
Foto: Reprodução/TV Bahia

O crime

- O crime aconteceu no dia 21 de março de 2001, dentro de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho.

- Na época, o pai da vítima contou que o adolescente teria sido estuprado e morto após ter flagrado os pastores Joel e Fernando tendo relações sexuais.

- Após presenciar a cena, o adolescente teria sido estuprado, colocado dentro de uma caixa de madeira e queimado vivo em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama, em Salvador.

Investigações

- O pastor Silvio Galiza foi condenado a 18 anos de prisão em 2004 e cumpriu cerca de sete anos de regime fechado. Em 2012, ele ganhou liberdade condicional.

- Em 2007, Silvio denunciou os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva por envolvimento no crime. Ele também informou a motivação do crime, que teria sido o flagrante da relação sexual entre Joel e Fernando.

- Em 2008, o pastor Fernando Aparecido da Silva chegou a ser preso, mas em poucos meses, passou a responder o processo em liberdade.

- Em novembro de 2013, a juíza Gelzi Almeida inocentou Joel e Fernando. A família de Lucas recorreu e, em setembro de 2015, o recurso de apelação foi julgado pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Os desembargadores decidiram, por unanimidade, que os religiosos fossem à júri popular. Foi então a vez da defesa dos ex-bispos recorrerem. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a decisão do TJ-BA.

- Em abril de 2017, o STJ negou recurso especial para os acusados, que pediram a suspensão do júri popular.

- Em 2018, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, anulou, por falta de provas, o processo que envolve a participação do bispo Fernando Aparecido da Silva na morte de Lucas.

- Em novembro de 2020, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu que os pastores vão a júri popular.

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