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Missa celebra 330 anos da Irmandade dos Homens Pretos

Fiéis foram ao Pelourinho lembrar a tradição que começou com escravos

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25/10/2015 às 14:41 • Atualizada em 01/09/2022 às 3:08 - há XX semanas
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Os atabaques e os fogos de artifício quebraram o silêncio da manhã de domingo (25) no Pelourinho. Às 10h, o som anunciou o início da celebração que acontecia na Igreja do Rosário dos Pretos, em comemoração aos 330 anos da Irmandade dos Homens Pretos. O espaço ficou pequeno para os fiéis que queriam acompanhar o louvor à Nossa Senhora do Rosário.
A professora Nadja Gomes, 48 anos, conseguiu chegar um pouco antes da missa, mas para ficar em pé. Ela, que frequenta a igreja desde os 10 anos, diz que o momento é de ressaltar a importância que a Irmandade tem para a comunidade.
“É uma igreja muito acolhedora e que além da fé, resgata a autoestima do povo negro e toda a cultura dos antepassados. É um espaço de resistência”, disse.
Nadja contou que foi por causa da igreja que ela conheceu os santos negros São Elesbão e Santo Antônio de Categeró. “Foi aqui que eu soube que eles existiam. Antes nunca tinha ouvido falar de nada nesse sentido”, completou.
O prior da Irmandade, Leomar Borges dos Santos, destaca que a celebração dos 330 anos é o momento de reconhecer todo o trabalho que foi realizado pelos antepassados que vieram da nação Bantu, de Angola.
“Eles chegaram aqui e queriam professar a sua fé. No começo tinham que ficar escondidos no porão da Sé e depois começaram a erguer sua própria igreja. Nosso dever é fazer que esse legado seja perpetuado”, contou.
Leomar lembra ainda que a Irmandade também está atenta aos problemas que ainda fazem parte da atualidade. “Também é um espaço de cidadania. A Irmandade também trabalha no combate ao racismo, à intolerância religiosa”, afirmou.
Para o assistente administrativo Ivã Evangelista, 45 anos, o sentimento é de gratidão e orgulho. “Eu fico muito feliz de participar da celebração. A gente tem uma fé tão grande em Nossa Senhora, que eu tenho orgulho de fazer parte da Irmandade e de poder celebrar”, disse. Ele frequenta a igreja há 11 anos e há três ingressou no Terço dos Homens da Irmandade do Rosário dos Homens Pretos.
A missa foi celebrada pelo bispo coadjutor de Feira de Santana e referencial da Pastoral Afro, Dom Zanoni Demettino de Castro, que agradeceu a oportunidade de presidir a celebração. “É gratificante participar dessa festa e lembrar da importância de Nossa Senhora do Rosário”, disse ao iniciar a missa.
A programação pelos 330 anos continua nesta segunda-feira (26), às 9h, com a Missa dos Antepassados e na terça (27), com a missa que celebra Santo Antônio de Categeró e São Elesbão, às 18h.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário começou a ser erguida por escravos em 1704 e ficou pronta 80 anos depois.
Correio24horas

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