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Missa de 7º dia de Mãe Bernadete é realizada na Basílica do Senhor do Bonfim

Líder quilombola e ialorixá Maria Bernadete Pacífico foi assassinada no dia 17 de agosto

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Redação iBahia

24/08/2023 às 9:59 • Atualizada em 24/08/2023 às 10:20 - há XX semanas
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					Missa de 7º dia de Mãe Bernadete é realizada na Basílica do Senhor do Bonfim
Foto: Divulgação

A missa de 7º dia da líder quilombola e ialorixá Maria Bernadete Pacífico, mais conhecida como Mãe Bernadete, será realizada na manhã desta quinta-feira (24), na Basílica do Senhor do Bonfim, localizada na Colina Sagrada, Cidade Baixa de Salvador. Segundo informações da Arquidiocese da capital baiana, a cerimônia será às 11h30.

Familiares, amigos e autoridades estarão presentes na missa. Em paralelo, acontece um ato nacional com representantes de diversas entidades ligadas ao movimento negro na parte externa da Basílica. A mobilização é organizada pela ASSINAM (Organizações do Movimento Negro) e é contra a violência policial.

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O assassinato de Mãe Bernadete aconteceu no dia 17 de agosto de 2023, dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares, na cidade de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador. Até esta quinta (24), ninguém foi preso. O caso é investigado por uma força-tarefa da Polícia Civil e também pela Polícia Federal.

O sepultamento da líder quilombola foi no dia 19 de agosto, no Cemitério Ordem 3ª de São Francisco, na Baixa de Quintas. O local foi escolhido porque o filho da ialorixá, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, mais conhecido como Binho do Quilombo, foi enterrado no local. Ele também foi assassinado na comunidade em 2017 e o crime pode ter relação com a morte de Mãe Bernadete.

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O crime


				
					Missa de 7º dia de Mãe Bernadete é realizada na Basílica do Senhor do Bonfim
Mãe Bernadete. Foto: Arte sobre foto de Walisson Braga/Conaq

De acordo com o neto da ialorixá, Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, que presenciou o crime, a vítima achou que seria assaltada quando os criminosos invadiram a casa da família para cometer o assassinato. A versão foi dada no depoimento do jovem. Após o crime, a família deixou o quilombo.

No dia do crime, além de Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, que tem 22 anos, Mãe Bernadete estava com outros dois netos: um de 13 e o outro de 12 anos. O jovem estava em um dos quartos da casa e os adolescentes com a avó, na sala. Foi um dos garotos que abriu a porta quando os criminosos bateram.

"É assalto?", perguntou Mãe Bernadete quando os dois homens armados, usando capacetes de motociclista, a renderam.

Ainda segundo Wellington, os homens pegaram o celular da avó e a mandaram desbloquear o aparelho. Eles também roubaram os celulares dos dois adolescentes e exigiram que eles fossem para um dos quartos da casa. Depois disso, um dos homens foi até o quarto onde Wellington estava e o mandou deitar no chão, usando uma expressão homofóbica. "Deite no chão, seu viado", exigiu. Ao sair do cômodo, o homem fechou a porta.


Em seguida, o jovem ouviu diversos disparos. Quando ele saiu do quarto, encontrou a avó morta no chão da sala, já morta. Nesse momento, Wellington usou o computador para usar o aplicativo de mensagens que estava aberto no equipamento para pedir socorro para outras pessoas que vivem no quilombo.

O jovem deixou os adolescentes com um vizinho e foi até o terreiro que era liderado por Mãe Bernadete e que fica dentro do Pitanga dos Palmares, para ligar para a polícia. Ainda segundo o relato do neto da ialorixá, os criminosos tinham entre 20 e 25 anos, eram negros e usavam roupas pretas, capas de chuva e capacetes. Eles entraram e saíram do quilombo usando uma motocicleta.

Wellington disse também que não existe conflito agrário envolvendo o quilombo e que não se recorda de inimizades ou ameaças recebidas pela avó. No entanto, ele mencionou que Mãe Bernadete tinha muitos medos. Especialmente após o assassinato do filho dela, que também é pai de Wellington, o "Binho do Quilombo". O jovem ainda relatou à polícia que Mãe Bernadete "pegava no pé" de um policial militar da reserva que mora perto do quilombo. Os dois teriam muitos desentendimentos.

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