O motorista Robson Cerqueira Horta, 39 anos, baleado nesta terça-feira (19) na Avenida Suburbana, foi confundido com um colega. O atirador teria discutido com outro motorista no dia anterior, mas acreditava ter sido Robson. A informação é da delegada Celina Fernandes, titular da 29ª Delegacia (Plataforma). De acordo com o depoimento do cobrador do ônibus, conhecido pelos colegas como Geladinho, o atirador subiu no veículo portando dois revólveres. "O indivíduo queria que ele (Robson) pedisse desculpas. O motorista dizia que não tinha nada para se desculpar, que não conhecia ele (o atirador)", conta a delegada.
O cobrador também contou à delegada que, além de exigir o pedido de desculpas, o atirador xingava muito, dizia que ia matar o motorista e se identificava como policial. "Sou polícia, sou polícia", gritava. Após atirar em Robson, o homem fugiu em um gol azul, de placa 3163 e vidros escuros. Ele aparenta ter por volta de 60 anos e possui cabelos grisalhos. O depoimento do cobrador foi comprovado por imagens da câmera de segurança do ônibus. Nelas, o mesmo homem que aparece atirando em Robson nesta terça (19), por volta das 12h, discute com um outro motorista na gravação do dia anterior (18), aproximadamente no mesmo horário.
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Nas imagens, também é possível observar que o suspeito subiu acompanhado de um rapaz, que não estava no dia anterior. De acordo com o depoimento do cobrador, ele seria seu filho. "Só não vou lhe matar agora porque meu filho é pastor", gritou o homem. O filho tentou argumentar com o pai para impedir alguma violência, mas não foi suficiente.
Após ser atingido no peito esquerdo, Robson foi socorrido no ônibus em que trabalhava para a UPA de Escada. "Só ouvi o tiro. Uma mulher começou a gritar, pedindo socorro. Aí veio um outro motorista, de ônibus também, pra dirigir o carro", relata o feirante Adriano Correia, 42. O motorista foi transferido por volta das 13h para o hospital Teresa de Lisieux. A bala ficou alojada em seu ombro, mas ele não corre risco de vida. A delegada Celina Fernandes afirma que vai continuar as investigações, tentando identificar o suspeito, assim como o motorista do dia anterior.
ProtestoPor causa do crime, motoristas e cobradores fizeram uma paralisação por volta das 13h30 na região de Plataforma. Os rodoviários bloquearam uma faixa em cada sentido da Avenida Suburbana. No sentido Paripe, a fila de ônibus foi do Largo do Luso até o Parque São Bartolomeu. Já no sentido contrário, a fila foi até a altura da UPA de Escada.
O presidente em exercício do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo, esteve no local com os manifestantes. “O companheiro saiu de manhã para trabalhar e a família não sabe se ele volta para casa. Estamos também brigando pela segurança da população. Não vamos descansar e faremos outras manifestações se for preciso para denunciar esse assassino", afirmou.
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Os rodoviários também chamaram a atenção para a falta de segurança no trabalho. "Fico preocupado, me sinto desprotegido. Como foi ele, pode ser qualquer um", lamentou o cobrador Rodrigo Santos, 33. "Ele estava apenas fazendo o trabalho dele, tinha nada a ver", completou outro cobrador, Denilson Almeida, 44.
A manifestação terminou por volta das 16h, quando os ônibus voltaram a circular normalmente. "A polícia nos garantiu que nas próximas horas vai dar uma resposta para os rodoviários e para a sociedade, por isso resolvemos voltar a circular", justificou Primo.
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Redação iBahia
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