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Naufrágios ajudam a contar história de Salvador

Um mergulho na história marítima revela que mais de 200 embarcações descansam no litoral baiano

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28/03/2011 às 17:42 • Atualizada em 28/08/2022 às 6:56 - há XX semanas
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Sob as águas que Diogo Álvares (Caramuru), Tomé de Souza e Américo Vespúcio navegaram em um passado longínquo, pairam vestígios de embarcações que ajudaram a contornar nossa história. Náufragas em decorrência de embates marinhos, problemas estruturais ou vítimas de obstáculos naturais (tempestades, bancos de areia, recifes), elas continuam a povoar o imaginário popular. Muitos anos se passaram e um mergulho na história marítima revela que mais de 200 embarcações, entre naus, caravelas, galeões e cargueiros, descansam no litoral baiano, a maior parte próxima ao porto de Salvador, o mais antigo do Brasil. Na Baía de Todos os Santos, há, pelo menos, dez pontos com naufrágios. As embarcações que aqui sucumbiram têm bandeiras portuguesa, holandesa, alemã, inglesa, francesa e até grega. E é o cargueiro grego Cavo Artemidi, ao lado do Príncipe de Astúrias (naufragada no litoral paulista em 1916), que desperta mais atenção entre os pesquisadores. Com 170 metros de comprimento, ele submergiu em 1980, após chocar-se com o banco Santo Antônio, no seio da Baía de Todos os Santos. O cargueiro é uma das 1.506 embarcações que naufragaram em águas brasileiras, segundo o Serviço de Documentação da Marinha (SDM). "O Cavo Artemidi é o cartão-postal do mergulho baiano. Sua estrutura já não é tão rígida, mas mesmo assim a diversão é garantida devido a seu tamanho, variações de profundidades, águas claras e grande quantidade e variedade de vida marinha". A informação é de Genser Freire, instrutor de mergulho da PADI (Professional Association of Diving Instructors). Em 1668, o Sacramento, de bandeira portuguesa, também teve sua viagem interrompida, após bater no banco Santo Antônio. A embarcação trazia João Corrêa da Silva para tomar posse no Governo da Bahia. Anos antes, em 1509, Diogo Álvares, o Caramuru, conseguiu sair ileso de um naufrágio nas imediações do Rio Vermelho, em Salvador. Segundo a historiografia tradicional, ele foi o primeiro europeu a morar no Brasil. Muitas das embarcações que por aqui navegavam traziam especiarias, escravos, membros da corte portuguesa e piratas. Algumas delas não tiveram outro destino, senão ir às profundezas. Muitos naufrágios, no entanto, ainda não estão catalogados. É o que afirma Genser Freire. "Quem mergulha em águas baianas sabe que alguns tesouros já foram encontrados e que muitos naufrágios ainda estão por ser descobertos". A maior parte dos naufrágios de Salvador até então contabilizados está na região do Farol da Barra. Há, contudo, restos de embarcações em localidades como Boa Viagem, praia que fica na zona suburbana de Salvador e Itapuã. Muitos dos objetos retirados do fundo do mar estão expostos no Museu Náutico da Bahia, ambientado no Farol da Barra. "Historiadores, pesquisadores e caçadores de tesouros dizem que existem mais de cem outras embarcações perdidas ao longo de nossa costa", conta Freire. Alguns dos navios naufragados: Utrecht - 1648 Galeão Sacramento - 1668 Queen - 1799 Salvador - 1820 Maraldi - 1875 Germânia - 1876 Paraná - 1877 Bretagne - 1903 Blackadder - 1905 Manau - 1906 Cap Frio - 1908 Irman - 1968 Cavo Artemidi - 1980

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