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No fundo do poço: pesquisa mostra desconfiança nos políticos

O Instituto Futura fez 601 entrevistas entre os dias 2 e 6 de agosto

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29/08/2011 às 10:30 • Atualizada em 28/08/2022 às 21:38 - há XX semanas
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A falta de confiança na política e nos políticos tem como efeito colateral um aumento da confiança em quem vem se destacando no combate à corrupção e às irregularidades do Poder Público. Pesquisa do Instituto Futura sobre a confiança dos baianos nas instituições mostra que a Polícia Federal está apenas atrás da família e do Corpo de Bombeiros entre as instituições em que a população de Salvador mais acredita. Na outra ponta da tabela, estão os políticos - os partidos, o legislativo estadual e o municipal e o governo do estado. O Instituto Futura fez 601 entrevistas entre os dias 2 e 6 de agosto. O resultado não surpreendeu o economista José Luiz Orrico, diretor do instituto, fundado no Espírito Santo há mais de 15 anos e que atua agora também na Bahia. “A confiança na Polícia Federal tem relação direta com as ações de combate à corrupção e às irregularidades do sistema político, que está muito desacreditado como mostra a pesquisa”, afirma Orrico. Para análise, o Futuro dividiu as respostas em dois blocos: um de confiança (respostas ‘confia muito’ e ‘confia’) e outro de desconfiança (‘não confia’ + ‘confia pouco’). Das 16 instituições avaliadas, apenas quatro tiveram o índice de confiança maior que o de desconfiança: família (82,4% de confia e confia muito), bombeiros (79,9%), a Polícia Federal (55,7%) e as organizações de defesa do meio ambiente (51,1%). Nos últimos lugares da lista, ficaram os partidos políticos (92,3% de desconfiança: não confia + confia pouco), a Câmara dos Vereadores de Salvador (83,4%), a Assembleia Legislativa (83,4%), o governo estadual (77,2%), sindicatos (75,4%) e a Justiça (72%). A prefeitura de Salvador não foi avaliada porque é objeto de uma outra pesquisa a ser divulgada em breve. “Percebe-se uma desconfiança generalizada naqueles que deveriam representar a população. Não chega a ser uma surpresa mas é um dado preocupante”, frisa José Luiz Orrico, do Futura. Desconfiança em altaOs números da pesquisa revelam ainda que, quanto maior a escolaridade, maior o grau de desconfiança nas instituições. Entre os entrevistados com ensino superior, a desconfiança nos partidos e na Câmara de Salvador bateu recorde: 97,3% para ambos. Chama atenção ainda neste segmento a desconfiança nas instituições religiosas que atinge 70,7% - bem acima do índice geral de 57,9%. Entre os entrevistados com ensino fundamental, a confiança nas instituições é maior: além de família, bombeiros, PF e ambientalistas, o Procon e as instituições religiosas também tiveram índices positivos. Na avaliação por renda, a classe C mostrou-se mais desconfiada do que a média com todas as instituições. Chama a atenção os índices de desconfiança em relação à mídia (jornais, revistas, TVs, rádios, internet) - 71,1% na classe C, seis pontos percentuais acima do índice geral - e à Justiça - 77,5%, mais de cinco pontos acima da média. Na classe A/B, o índice de desconfiança na mídia (56,1%) e nas empresas (53%) é menor do que em outros segmentos. O Instituto Futura também mediu a confiança por faixa etária. Na faixa acima de 50 anos, a família tem seu maior índice de desconfiança - 22,9% - num possível reflexo dos casos cada vez mais comuns de idosos explorados por parentes. A faixa até 29 anos é o único segmento em que a desconfiança (50%) na Polícia Federal é maior que a confiança (49,6%). Entre os adultos de 30 a 49 anos, contudo, a PF atinge seu maior índice de confiança (63%). “Nossas pesquisas mostram que a confiança na Polícia Federal cresceu a partir dessas operações”, diz o diretor do Instituto Futura, José Luiz Orrico. Parceria para divulgar pesquisasA pesquisa sobre a confiança dos soteropolitanos nas instituições faz parte da parceria estabelecida entre o CORREIO e o Instituto Futura, empresa capixaba que está há 15 anos no mercado e recém-chegada à Bahia. As pesquisas da parceria entre o CORREIO e o Futura, instituto associado à Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) desde 1996, abrangem áreas como cultura, política, religião e futebol, e poderão ser acessadas depois pelo site do instituto (www.futuranet.ws). Na semana passada, a parceria estreou com a publicação de uma pesquisa que mostrou hábitos e as preferências musicais dos baianos, revelando que o pagode ultrapassou o axé no gosto popular, mas que a MPB ainda é a preferida da maioria dos soteropolitanos.

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