Imagine se de manhã cedinho, antes de sair de casa, você pudesse se informar, pelo celular, quanto tempo faltaria para o ônibus chegar ao seu ponto. Ao embarcar no coletivo, você pagaria a mesma tarifa (hoje, R$ 2,50), mas teria internet gratuita, computador de bordo, televisores LCD com serviço de entretenimento, além de um sistema completo de informações sobre a rota e o comércio. Você nem precisaria ter medo, porque seu ônibus contaria com equipamentos de segurança e vigilância para ajudar a reduzir assaltos. Câmeras em pontos estratégicos, dentro e fora do veículo, transmitiriam à empresa de transporte tudo o que ocorresse dentro do coletivo em tempo real. Coisa de primeiro mundo? Não necessariamente. Essa historinha já está deixando de ser imaginação e virando realidade em Salvador, mas por enquanto em apenas dez ônibus da empresa Praia Grande. Após realizar testes preliminares em uma das linhas (Plataforma/Pituba), a companhia já instalou os equipamentos em outros dois veículos da mesma linha. A previsão é que até 10 de julho, os dez veículos estejam equipados.
"Estamos vendo se o sistema funciona na prática. Em caso positivo, a nossa ideia é ampliar para todos os veículos da nossa frota", assegurou Matheus Souza, diretor do Grupo Evangelista (Gevan), que detém a Praia Grande e outras quatro empresas que rodam na cidade. Ao todo, o grupo controla 35% da frota de Salvador, o equivalente a mais de 900 dos 2,6 mil ônibus. Os carros farão as linhas: Plataforma/Pituba (cinco veículos); Boa Vista do Lobato/ Barra e Cabrito/Ribeira (dois) e Colinas de Periperi/Itaigara (três). ParceriaA novidade é resultado de uma parceria entre a empresa baiana de inovação Softwell Solutions e a americana IBM. Enquanto a Softwell criou o sistema, denominado Techbus, a IBM forneceu a tecnologia. Segundo informações da Softwell, os coletivos com o sistema instalado vão começar a rodar até o final do mês. Em algumas semanas, os ônibus escolhidos já devem começar a aparecer nas ruas com adesivos publicitários do Techbus. “Esse sistema não onera a tarifa, porque é interesse da própria empresa. Com o Techbus, eles oferecem serviço melhor ao usuário e obtêm benefícios, como a facilidade de monitorar a frota”, assegurou um porta-voz da Softwell Solutions que preferiu não se identificar. A mesma fonte acrescentou que o projeto piloto deve custar em torno de R$ 100 mil, já que a implantação do Techbus em cada coletivo custa aproximadamente R$ 10 mil. Cada ônibus contará com redes 3G, GPS, sensor de catraca, etiqueta de RFID, câmeras, além de dois monitores com telas de LCD para exibição de informações e mídia baseada em georeferenciamento (pela localização do veículo). O profissional de Sistema da Informação e usuário de ônibus Caio Marques, 25 anos, mostrou-se muito empolgado com a novidade. “Implantar a tecnologia é viável e a iniciativa é muito interessante, mas não sei se levaria o meu notebook em um ônibus de Salvador”, ponderou. Marques destacou a ideia de ser informado pelo celular sobre o trajeto do ônibus. “Uma vez, indo para o aeroporto, quase perdi o voo por causa do atraso do ônibus. Com um sistema desses, não teria esse problema”, vislumbrou. Ele contou que, na ocasião, chegou a ligar para a empresa de ônibus que fazia a rota da sua casa ao aeroporto e a se informar sobre os horários dos coletivos, mas a companhia não previu os atrasos. “Preferi ir de táxi”, lembrou.
Caio Marques, usuário do transporte: "Não usaria laptop no ônibus" |
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