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Obra no Centro de Convenções não tinha alvará da Sucom

A Sucom informou ainda que, desde meados de 2015, o Centro de Convenções está interditado pelo órgão, que determinou a evacuação do prédio

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Redação iBahia

27/09/2016 às 7:57 • Atualizada em 31/08/2022 às 18:41 - há XX semanas
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A obra que era realizada no local em que ocorreu o desabamento de parte da estrutura do Centro de Convenções, na sexta-feira, era irregular. A reforma do primeiro e segundo andares, com instalação de tirantes de sustentação entre os pavimentos, não tinha autorização da Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom).

				
					Obra no Centro de Convenções não tinha alvará da Sucom
(Foto: Marina Silva/CORREIO)
“Essas reformas não foram objeto de licenciamento da Sucom. Qualquer obra tem que ter nossa autorização. Nem o estado, nem a empresa responsável nos solicitou alvará”, apontou Sérgio Guanabara, secretário da Sucom. “Isso é muito grave. Uma obra pública desse porte estava irregular. Deu no que deu”, reforçou. A Sucom informou ainda que, desde meados de 2015, o Centro de Convenções está interditado pelo órgão, que determinou a evacuação do prédio, o que foi objeto de recomendação do Ministério Público na época. Sobre a falta de alvará, a Secretaria estadual da Comunicação (Secom) não enviou explicações até o fechamento da edição. Ontem, o autor do projeto estrutural do Centro de Convenções, na década de 1970, o engenheiro civil Carlos Emílio Meneses Strauch, disse que houve demora no início das obras daquela etapa da reforma. Ele confirmou que o projeto de reforço da estrutura, também de sua autoria, estava pronto desde o ano passado. “Em novembro, fechamos o orçamento da obra. Mas até antes disso apresentamos o projeto ao estado e recomendamos que fosse executado de forma emergencial”, contou. Acontece que, mesmo com a recomendação de emergência do ano passado, a ordem de serviço desta etapa da reforma só foi emitida no último dia 8. A Secretaria estadual do Turismo informou que a reforma foi conduzida de foram emergencial e cumpriu todas as exigências legais. Titular da Setur na época em que o projeto de reforma foi feito, Nelson Pelegrino disse que “entraves burocráticos” atrasaram a obra. “Contratamos uma consultaria que deu um parecer. Estava tudo sendo feito dentro do cronograma. Agora, temos entraves burocráticos no país em relação a licitações e que, de certa forma, atrasaram etapas. Mas segui à risca o roteiro da consultoria. Deixei tudo licitado”. Segundo o governador Rui Costa, foram contratadas empresas especializadas e “o equipamento estava em obras de reforço estrutural”. “O prejuízo material foi menor do que a perda de vidas”, comentou. O serviço consistia em substituir 21 tirantes em adiantado estado de corrosão e comprometiam a estabilidade do trecho estrutural daquele nível do prédio. A oxidação das peças de ligação dos tirantes com as vigas do piso provavelmente causou o desmoronamento. “Essas ligações estavam bem oxidadas”, explicou o engenheiro. O coordenador da Câmara de Engenharia Civil do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA), Luiz Edmundo Campos, disse que 20 dos 21 novos tirantes chegaram a ser posicionados para substituição. Restava apenas a soldagem das peças nas vigas. “A soldagem estava em fase de testes quando a estrutura não aguentou”, revelou. A empresa Metro Engenharia e Consultoria, executora dos serviços de recuperação e substituição de vigas e pilares metálicos, apresentou relatório do próprio engenheiro responsável, onde ele exime a empresa de responsabilidade. “A Metro não teve nenhuma responsabilidade no ocorrido e isto só ocorreu devido ao adiantado grau de oxidação das ligações dos tirantes originais com as vigas do nível 33”. Ontem à noite terminou o prazo de 72 horas dado pelo governo para que a estrutura do prédio se estabilizasse e fosse iniciada a perícia. O Departamento de Polícia Técnica informou que peritos visitarão o local hoje para acompanhar nova análise do Corpo de Bombeiros na área que cedeu. Se for atestado que o local não oferece riscos, a perícia será iniciada.

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