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SALVADOR

Obra para nova orla de Itacaranha começa até maio

Na primeira etapa, a Rua Almeida Brandão passará por obras de drenagem, contenção de taludes e intervenções de paisagismo. As obras durarão oito meses

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10/03/2016 às 8:18 • Atualizada em 29/08/2022 às 4:29 - há XX semanas
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A comerciante Rute Silva da Pureza, 50 anos, mora há mais de 30 em Itacaranha, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. O bar, meio mercadinho, que ela mantém fica ao lado da linha férrea e a poucos passos, a menos de 100 metros de distância, da praia.

Rua Almeida Brandão terá piso intertravado e elementos de paisagismo; projeto conta com implantação do VLT, a cargo do governo do estado (Foto: Divulgação)
O cenário poderia ser perfeito, mas a realidade hoje é diferente: ao meio-dia de uma quarta-feira, Rute está sozinha no estabelecimento, que fica na Rua Almeida Brandão. Isso deverá mudar, no entanto, com a requalificação da orla do bairro, anunciada pela prefeitura. As obras estão previstas para começar entre maio e junho deste ano, com conclusão em janeiro ou fevereiro de 2017. A licitação sai no próximo dia 29, data em que Salvador completa 467 anos. “Eu não tive a oportunidade de ir nas reuniões, mas a gente ouve muita coisa e aí fica naquela expectativa. Aqui precisa de uma área de lazer para o suburbano, que não tem nada. Só aquela praia que cai o esgoto dentro, mas mesmo assim o pessoal toma banho”, diz Rute. Foram realizadas sete reuniões com moradores do bairro, segundo a prefeitura.

Sem espaço para grandes praças, projeto vai criar pequenos recantos (Foto: Divulgação)
A presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), responsável pelo projeto, Tânia Scofield, explica que a obra na Rua Almeida Brandão compreende apenas a primeira etapa da requalificação de Plataforma e Itacaranha. Essa fase vai custar R$ 10 milhões, investimento integral dos cofres da prefeitura. Intervenções Serão cerca de três quilômetros da Almeida Brandão com piso intertravado – o mesmo que está sendo usado nos outros trechos de orla requalificados –, além de uma obra de drenagem, contenção de taludes, escadarias de acesso dos pedestres à rua e intervenções de paisagismo, com instalação de mobiliário urbano e a criação de pequenos recantos – não há espaço para grandes praças. “Ali tem um problema de drenagem gravíssimo. A gente está urbanizando a via como um todo. Ela tem um caráter bucólico, está margeando a Baía de Todos os Santos, e é estreita, tem os recantos que os moradores usam muito. A gente está trabalhando com mobiliário, iluminação, pavimentação, tanto ao longo da via, como na contenção, pela diferença de nível da linha férrea para a rua”, diz Scofield. Toda a obra, incluindo a linha férrea e o outro lado da Rua Almeida Brandão, do mesmo lado da praia, inclui ainda a instalação de equipamentos de lazer e de esporte, além do ancoradouro de Plataforma e da piscina natural, também no bairro. Mas, segundo a FMLF, essa segunda etapa só começará com a implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que vai substituir o Trem do Subúrbio, a cargo do governo do estado. Expectativa A professora Sonildes do Nascimento, 43, espera uma obra em benefício da comunidade. “O que eu já soube é que vai expandir, vão limpar a área e o esgoto vai ser retirado”, aponta. Para ela, a drenagem é fundamental. “Quando a água sobe muito, a areia vem pra rua, para as casas”, disse. Já o encanador Marcos Antônio Santos, 56, espera que o projeto possa, finalmente, sair do papel. “Aqui tem que melhorar é tudo. O mato tá alto, não tem calçamento. Isso aqui virou um recanto de cachorro e gato, todos tomando conta da estação de trem. O lixo passa de vez em quando”, afirmou, apon

Comerciante Rute Silva cobra áreas de lazer: “Aqui não tem nada” (Foto: Marina Silva)
abandonado do outro lado da rua há cinco dias.O CORREIO procurou a Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Limburb), responsável pela coleta de lixo, mas não conseguiu retorno. Moradora do bairro e dona de um bar também na Almeida Brandão, Vilma Araújo Lima, 47, espera que a revitalização também melhore o comércio. “Eu acho que vai ser bom pra gente, acho que vai ter mais movimento”, afirmou. Casas que ficam na faixa de areia terão obra de esgoto O lado da Rua Almeida Brandão localizado à beira da praia de Itacaranha vai ficar para a segunda etapa de requalificação da orla do bairro. A moradora Rute Silva da Pureza diz temer pelos vizinhos de frente, se realmente tiverem de perder suas casas, como tem ouvido falar. “Primeiro, disseram que iam tirar todas as casas que ficam do outro lado. Mas aí depois explicaram que vão entrar nas casas uns três metros”, disse a comerciante. Tânia Scofield, da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), responsável pelo projeto, explicou que o lado do mar, a que Rute se refere, não faz parte desta primeira etapa, avaliada em R$ 10 milhões. Mesmo assim, não haverá desapropriações. “Cerca de dez casas estão na área de praia. Pelo patrimônio da União, nós teríamos que tirar da área de praia, então dentro da Baía de Todos os Santos. Para não tirarmos, nós precisamos levar o esgoto até essas casas e, para isso, a gente precisa fazer um passeio de pelo menos 2,5 metros e precisamos entrar no quintal dessas casas”, explicou Tânia. Segundo ela, já foi conversado com todos os proprietários dos imóveis que precisarão da intervenção e todos estão de acordo. Tânia disse que também não procede a informação de que uma chácara, cujo morador vive lá há mais de 60 anos, seria desapropriada também, para a criação de uma praça. ‘Prioridade máxima’, licitação do VLT sai ‘em breve’, segundo Sedur De acordo com a Prefeitura de Salvador, o projeto de requalificação da orla de Itacaranha e Plataforma foi desenvolvido dentro da perspectiva de implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), a cargo do governo do estado. No entanto, como não há um prazo especificado para implantação do VLT, a obra na orla dos bairros foi dividida em duas etapas, sendo a primeira a da Rua Almeida Brandão, à beira da linha férrea. A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur), responsável pela implantação do projeto do VLT, disse em nota que “o edital de licitação encontra-se em fase final de conclusão e deve ser lançado em breve, com previsão de início das obras em até 90 dias após a assinatura”. Ainda de acordo com a Sedur, colocar o VLT para andar em Salvador é determinação do governador Rui Costa “alçada à condição de prioridade máxima”. Os secretários da Casa Civil, Bruno Dauster, de Desenvolvimento Urbano, Carlos Martins, e o presidente da Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB), Eduardo Copello, têm procurado alternativas diante da crise financeira e orçamentária do país. “Além da busca de investidores chineses, em andamento, o governo do estado abriu um outro possível canal para o financiamento da obra: O Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), através do firmamento de uma PPP (Parceria Público Privada)”, diz a Sedur, em nota. Em Itacaranha, os moradores se queixam das más condições do Trem do Subúrbio. “Quebra três vezes por dia”, diz o encanador Marcos Santos, 56 anos.
Correio24horas

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